sábado, 27 de dezembro de 2008

Incomum

Não foi seu tipico fisico, dos mais sublimes, nem a hora mais apropriada para aparecer. Não só isso. Foi o dom de pulsar minha veia, de sentir meu gosto. Foi não ter o que perder; apresentar uma nova maneira de pensar. Você foi tão incomum! Ninguém te contou que você deveria quebrar meu coração? É isso que se espera, porque não quebrou? Talvez você não seja de carne e osso, não seja tão mortal. Sua atitude é tão igual às suas palavras - isso é mesmo chocante. Nem acredito que quase não arrisquei quando você ligou pro meu telefone. Porque é incapaz de decepcionar?
Fui eu que achei tudo tão estranho, que não soube corresponder, que tive medo de minha perna tremer, que errei. Vai ser doce quando eu puder me acostumar. Quando você puder voltar...

tava blefando, guardei. tá vendo?

Unusual You

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Seu garçom!

Traz um dose de cicuta.
Espera!
Não, não... traz só uma pepsi com limão e gelo.
Suspende!
Traz a cicuta.
(ou a pepsi?)
19 de dezembro,
é, traz mesmo a bebida socrática!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Carta à uma caneta azul e prata


Eu cheguei a dizer que você iria me acompanhar pra sempre. Ainda lembro das histórias que escrevi contigo, dos planos qu tracei. Sim, eu lembro. Lembro quando encontro os velhos textos ou os trecho das músicas de Los Hermanos em alguns papéis. Mas ai o que era só brincadeira depois virou coisa séria, eu que achava não existir objetos assim, de sorte e essas coisas, comecei a ver que era verdade. Te guardei, não queria levar pra onde eu ia; você tinha que saber que lugar ocupar na minha vida. Não dava pra ser em todos. Mas ai você falhou. É, depois que vaza uma vez não pára mais. Ainda sim quis te por no bolso e te levar pros lugares, mesmo com vergonha de alguém ver e dizer 'olha essa caneta não presta' ou que eu não tinha dinheiro pra fazer uma caneta assim funcionar. Minha querida caneta prata com detalhes em azul, hoje engavetada em não-sei-onde. Precisei de sorte e me lembrei você, e nem sabia aonde te coloquei. Não sei se alguém um dia vai te chamar de única, mas lembrei que eu te chamava assim... e tem tempo isso.
Pena que só te usei pra escrever 6 ou 7 vezes depois que vi que rendia boas histórias tua tinta, mais inspiradora que o normal.
É, eu tinha esquecido (talvez porque não havia precisado). Mas agora lembrei. Não! Não é que lembrei, é só que nunca esqueci. Mas já não sei se você serve pra escrever os velhos planos, ilustrar as histórias. Todas as outras canetas passaram tão rápido pelas minhas mãos, e nenhuma é tão azul e prata.


Excessos





Um dia a gente aprende a medir o que é ou não mais forte do que nós mesmos. E isso a gente vê quando no meio das coisas ruins, você para e se pega brindando à vida com os pulmões doendo de risadas que não conseguiram ser contidas. Talvez tenha sido a falta de tempo ou o cansaço que não me deu tempo pra ficar triste. É, tentaram. Mas não deu. Mais noites assim virão. A festa vai a-pe-nas começar.

Deixa ser como será! Eu vou sem me preocupar ♪’







sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Amadurecência

em Deus

na Tabua







Amanhã há de ser outro dia'

Ainda pago pra ver

O jardim florescer

Qual você não queria.



Você vai se amargar

Vendo o dia raiar

Sem lhe pedir licença.



E eu vou morrer de rir

E esse dia há de vir

antes do que você pensa.

domingo, 30 de novembro de 2008

Balada do cárcere privado 2

[inspirado em Oscar Wilde]

Sábado, 29 de Novembro.

22:50 - Finalmente silêncio. Acabou o 'evento' cristão.
Descobri que não posso dizer que sou uma pessoa sem preconceitos.

Domingo, 30 de Novembro.

00:35 - Olho pro quarto vazio e me vejo sóbrio e nenhum pouco cansado. Ao contrário do que acontecia semanas atrás. A vida não nos vicia em boêmia ou coisas do tipo, nos vicia em pessoas. E as tiram. Nos tornam dependentes - e as tiram! As vezes sem a chance de um abraço de despedida. E essa não é a primeira e, me parece que não será a última.

00:50 - Digo a mim mesmo que será a ultima vez que ponho 'Encontros e Despedidas' pra tocar essa noite. Sei lá quantas vezes a repeti aderindo um certo pranto à sua melodia.

15:10 - A gente se acostuma!

22:30 - Como diria Caetano: Ou não!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Paralelo


Depois de cumprir o que era obrigado a fazer, como era de costume, ele pegava a chave dentro de sua caixa de madeira. Então ia até o porão, destrancava a porta e entrava. A medida em que descia as escadas já lhe era possivel ver o encantador, a bailarina, a bruxa, o faz-risos e todos os outros heróis que ele havia escolhido para compor seu mundo. Pela fresta na parede, para ventilação do porão, ele expulsava tudo que tentava tirar as cores e luzes de seu mundo. Outros insistiam, como ervas-daninhas, a entrar no seu show. A estes ele gritava: Chega! Alguns não sabiam mesmo a hora de sair de cena. Mas o encantador estava ali e, mesmo tendo um mundo menor, lhe ensina a passar por cima de tudo pra não perder a chance da conquista de seres. A bailarina também lhe trazia coisas boas, como expressar sua alegria com o corpo. Alegria tal como o faz-risos, mediante a tudo sempre tirava piadas de dentro de sua cart0la. A bruxa que ele se aproximava e se sentia protegido do mal. Mal que quer rondar seu show. Não só esses mas todos os outros que ele escolheu a dedo para partilhar seu momento de fulga da realidade.
E era assim que toda noite ele contava seus personagens, escrevia suas histórias. Através disso você cria seu mundo!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Época II (O pior do melhor de mim)

Disse pra mim: vou postar! É meio que uma necessidade de escrever o que sinto agora. Mas tudo que tive foi um texto semelhante - pra não ser exagerado ao dizer 'igual' - ao texto Época. Sobre sentir falta de mim, de quem eu era sendo irrelevante quem estivesse ao meu lado. Era do que eu fazia, do poço que me jogava. Da coragem, da audácia. Tinha vontade e tinha oportunidade. Mas já disse tudo isso, de nada importa. Se é de mim só a mim interessa. Não queria tornar os textos iguais ou coisa do tipo. Mas os dias tem sidoassim: iguais... há alguns meses.
Acho que antes algo não havia ficado muito claro no outro texto: me sinto melhor agora. Não sei porque (sim, talvez eu saiba) mas sinto. A coisa toda de sentir falta é sobre não termos tudo em todos os momentos.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Renda e Couro


Eis-me aqui a lembrar das a/des-venturas que passei ao teu lado naquele tempo. Pra você e seu ar de quem ensina, os anos a mais de 'venturas' podem ter feito do caso só mais um caso. Ainda te deixei conduzir as coisas para que se sentisse maioral. Até hoje me pego tentando imitar aquele jeito de segurar a taça. Ainda me pergunto o que procuras quando tua pupila se pega na direção de outras pupilas tentando devastar o que há naquele milímetro quadrado. A facilidade de ser o centro da roda sem precisar sequer abrir a boca. Ter a noite girando ao teu redor. Odeio mesmo a maneira como respiras quando é longe de meus ouvidos. Gostei do teu sal na pipoca e da música pra que eu não fosse embora. O tipo de coisa que não sei fazer. É, a culpa é minha que não sei amar. A culpa é sua que não soube me ensinar. De vocês.

domingo, 23 de novembro de 2008

Balada do cárcere privado

[inspirado em Oscar Wilde]

Sábado, 22 de Novembro.

20:00 Hoje já fui babá e já escrevi um texto. Qualquer hora o posto aqui. Já não sei se vou sair no meu sábado-à-noite. Já me mandaram estudar. Já me mandei estudar.

20:20 Não acho a minha Richard's. Tinha me imaginado vestido-a hoje à noite. É um complo do destino pra acabar com meu fim de ano. /drama

20:40 Acho mesmo que não vou postar aquele texto. Tem pessoas que vão pensar que é para elas. Duas pessoas. Acho que não vão saber quais frases pertencem ou não as pertencem.

20:55 Não, não vão saber quais frases pertencem ou não as pertencem.
Vou tomar banho.

Domingo, 23 de Novembro

11:45 Até a fome e a dor de cabeça parecem sumir perto do desespero de uma semana de prova.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

- O que é que houve?

- O que é que há?

Foi a tesoura do desejo, desejo mesmo é de mudar'

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Época (O melhor do pior de mim)

Fazemos algumas opções e como se não bastasse nos afastar de pessoas, lugares e 'tempos' nos afastamos de nós mesmos. Daquilo que éramos no passado. E é disso que sinto falta. Falta de mim. Saudade de quem eu era. Não, não quero voltar no tempo. Não sinto por tudo que passou. Por amores que ruíram. Estes não servem nem para responder o 'com-relacionamentos-anteriores-aprendi' do orkut. Meu ego hoje fala mais alto do que as fotos em pastas antigas, mais alto que os berros no refrão de músicas que agora saíram de minha playlist; que podem tocar à noite mas já não tocam o coração.
Fazem falta as minhas burradas, o meu lado que gostava de alimentar ódios, as minhas festas, as minhas veias e as minhas drogas. Meu velho sangue. Minha doença. Nada mais ocupa esse lugar, é tudo tão pouco. Já não cabe como rima de poema. E mesmo que esse pedaço de mim não volte mais, ele fez tudo que muitos nunca fizeram. Aproveitado. Vai ver é por isso que só isso faça falta. Mais nada.

Isso ai é pra te verem como vitima ou você está feliz em me ver?


sábado, 15 de novembro de 2008

Bem do jeito que eu gosto


Sem mais lamentos. A gente aprende, e isso é um dos melhores dons do seres humanos. A gente erra, mas aprendemos um pouco mais quando erram com a gente. E finalmente não persistimos em nossos erros e olhamos orgulhosos para nossa imagem no espelho assim como um pai que trapaceia pra o filho ganhar num campeonato de sei-lá-o-que e olha com vigor e alegria o muleque comemorar. Esse jogo é algo simples: 'quer que eu cometa uma loucura? se você me quer...cometa!' Tá certo que a gente aposta demais nas pessoas, fazemos de Obamas um especie de capitões-america, mas outra aprendizagem entra aí: não peça o eterno a um simples mortal.
Até aí as coisas podem parecer meio embaralhadas, é porque são mesmo! Em palavras ou numa cena real. Exatamente assim, embaralhadas. As frases de almanaque ainda nos servem.
Outro dia alguém me disse: a dor é tão velha que pode morrer.


terça-feira, 4 de novembro de 2008

LADO B



Lembro que antes das aulas iniciarem a turma do terceiro ano estava fechada e cheia. Não por acaso 20 e tantas pessoas insistiram e abriram uma nova turma ( Repito, não por acaso!). Não era pra acontecer, mas de certa forma nos encontramos e, passamos a dividir nossos dias com cúmplices doses de risos. No começo, era sacrifício. Olhávamos para os lados e víamos pessoas completamente diferentes; surgia a pergunta: ‘como será conviver com gente tão heterogenia durante tanto tempo?’ Acho mesmo que todos nós pensamos ser impossível uma passividade. Mas, timidamente, uma espécie de mistura começava a surgir.

Alguns estereótipos trazíamos de anos anteriores em que não convivíamos com aquelas pessoas. Foi realmente incrível ver essas coisas ruindo para podermos enxergar pessoas que acordavam e iam pra lá abertas a dividir os risos. O cansaço ao invés de tornar as coisas mais árduas acabou colocando todos na mesma situação de maneira a intensificar a convivência. Quando as ‘aulas à tarde’ eram realmente aulas à tarde, começamos a passar mais tempo com aquelas pessoas, que nem havíamos decorado todos os nomes, do que em casa. O espaço na sala começou a ficar pequeno, estava se formando uma espécie de família. Sim, uma família. Devagar, dedicou-se mais.

Nossa sala era a mais barulhenta, a mais brincalhona do colégio. Todos olhavam. Por sinal ainda é; ainda olham. Fomos os mais odiados da direção, os mais queridos dos professores e por mais opiniões e comparações que surgissem de fora nós sabíamos o que estávamos fazendo. Estávamos fazendo do nosso ultimo ano o que se espera de um terceiro ano de verdade. Integridade e diversão.

O grandioso trabalho do meio ano pôs em teste nossos limites. Aproximou mais ainda algumas pessoas, e provou pra todos que duvidaram do que somos capazes.

Mas um motivo mais forte nos faz sentar em cadeiras e olhar na mesma direção todos os dias: Fu-tu-ro. Vestibulares (sim, essa palavra tão pesada quanto xingamento) com resultados ruins, mas nem por isso menos proveitosos. Todo dia é dia de aprender um pouco do muito que vida traz – já dizia uma música.

Foram 10 bem aproveitados meses. Mas agora, tudo pode passar diante de nossos olhos em segundos. É meio nostálgico termos dedicado tanto de nós durante tanto tempo e a partir de agora isso nos vai ser, drasticamente, tirado.

Toda uma lenda é criada em volta do termo ‘terceiro ano’. Mas não é por ser ultimo, e sim primeiro. O primeiro ano de uma nova etapa que agora vai durar pro resto de nossas vidas.

Falo por experiência própria que nem tudo é pra sempre. Apenas os laços mais fortes irão resistir ao todo poderoso Tempo. Outros se perderão, irão se tornar só cumprimentos.

Digo-lhes que quando estiverem por ventura sentados mais uma vez na sala, olhem para as pessoas ao redor e percebam que cada uma delas só está ali porque tem algo diferente para te deixar. Não sou eu quem diz isso. Charles Chaplin disse:

Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, é porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra! Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha e não nos deixa só, porque deixa um pouco de si e, leva um pouquinho de nós. Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso.

A partir de agora os destinos se afastam, alguns se mudam, outros mudam. Uns constituem família, e cada um irá seguir uma profissão. Já dá pra imaginar o que vamos sentir daqui a alguns anos quando encontrarmos alguns de nós, por acaso, na rua.

É, cheios de motivos, estamos indo de volta pra casa.

Voltamos com a bagagem muito mais pesada do que quando chegamos aqui. E não só de formulas e teorias que nossas malas se encheram. Voltamos com aprendizagens ainda mais úteis, como a de lidar com o ser humano e tudo que tiramos disso.

Pensem em quem éramos quando chegamos, e agora – prestes a sairmos.

É chato chegar a um objetivo num instante; não carregamos isso pintado em nossas costas a toa. Fomos essa metamorfose ambulante. Regadas a momentos que contaremos daqui pra frente para as novas pessoas, para os futuros reencontros, pra nossos filhos.

E essa plataforma de encontros e despedidas – já dizia Milton – é a vida!

Já citando o mestre, explico porque relembrar tudo: O que foi feito é preciso conhecer para melhor prosseguir. Falo assim sem tristeza, falo por acreditar, que é cobrando o que fomos que nós iremos crescer.



terça-feira, 28 de outubro de 2008

Samba nosso

Sem rodeios ou lirismos, queria chegar logo no fato mais importante desse texto: um dos melhores momentos de toda a minha vida (se não O melhor). Depois de muito tremer a sensação é de que o mundo some junto com todos os problemas, todas as pessoas. Na capela, meus ouvidos e corpo inteiro estremecem às primeiras palavras de Maria Rita naquela noite:
'O meu samba vai curar teu abandono, meu samba vai te acordar do sono, meu samba não quer ver você tão triste, meu samba vai curar a dor que existe, meu samba vai fazer ela dançar, é o samba certo pra você cantar...'
E como prometido, nos versos cantados antes mesmo Dela surgir no palco, foi cumprido. Curou, acordou, fez feliz! Eu podia ver a pele daquela mulher, a um ou dois metros de mim; dava pra sentir o vento que fazia quando ela balançava a saia. Era tão diferente dos videos, tão melhor. Acho que ela pensou da mesma forma ao dizer que aquele era um dos melhores lugares pra fazer um show. Que sintonia, ainda lembro de cada vez que o olhar dela passou pelo meu e eu repetia 'eu te amo'. Eu tinha que fazer esse texto, tinha que registrar aquele momento de alguma forma. Havia ensaiado o que dizer aqui, e mesmo que digam que sei usar as palabvras agora não me vem nenhuma coerência nem vocabulário pra exprimir tal momento. Incrível. In-crí-vel.


- Olha gente, ela faz pose com os pés,
mesmo que eles não saiam na foto.
- Quem foi o palhaço que disse isso?
- Fui eu! Ahhh...
{...}
- Você não! Você não vai tirar foto comigo não!
(risos).
TIREI!
- Mas você heim rapaz!?


ps: pra fazer tudo mais especial ainda, amei dividir esse momento com os Xiitas. Vocês são demais!
ps²: a ficha ainda não caiu!


domingo, 19 de outubro de 2008

Tete a Tete

Não sei se é sabedoria popular mas o fato é que a seguinte informação me rendeu horas de reflexão na ultima semana, me disseram: "A gente tem várias paixões, mas amar mesmo; só amamos uma vez na vida!" Algo simples e polêmico. Horas de discussão numa roda. O que antes parecia uma frase de almanaque, agora me parece uma praga recém rogada! Paixão dedica-se tempo, músicas, poesia... Já amor - dedica-se alma! E se há uma duvida entre os dois no momento em que você lê esse texto, é porque - sem duvidas - a segunda opção não é o seu caso. Seria muito castigo da Deusa algo assim acontecer apenas uma vez, o fato é que ninguém diz 'não, isso não é verdade' logo de cara, sem parar muito pra pensar. Pior é quando essa única chance não é aproveitada, ou pior: correspondido. Pode ficar ainda pior? Sim, claro. Mas ai vamos falar de fidelidade, lealdade - coisa que nem todos sabem o que é. Ok! Ok! Verdade ou não, eu sempre tive gosto em ser excessões à regras.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Minhas lágrimas secam por si só


O silêncio torna-se o mais barulhento de todos sons enquanto a solidão ecoa no oitavo andar. De pensar que vai ser assim nos próximos 4 ou 5 anos, ou pelo resto do tempo, traz a angustia que amarga o sabor do vinho. Pra despistar Amy começa a cantar na tv. When will we get the time to be just friends? ♪ Adianto as músicas. Me and my head high ,and my tears dry ♪. E parece que vai ser assim agora. É esta a sensação de quando o número de despedidas supera o de encontros. São os últimos feitos nesse mundo sendo concluídos, preparando o pé pra por na tábua. E nisso o vinho dança em círculos no copo. A lembrança de um passado (sim é essa a palavra, sonhava em dizer-la) volta. É meio loucura digitar teu numero no celular e, por pouco quase aperto 'chamar'. Saudade de que? Da quantidade ou da qualidade!? I cry for you on the kitchen floor ♪



quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Sobre peças de tabuleiros

O tal ciclo nunca para, o mesmo texto para diferentes texturas. Da Kether à Malkuth em tão pouco tempo, poucos paladares e língua tua. Se bem que dessa a gente não cansa. É chegada a hora de sair do luto; de já saber o quer e se livrar das amarras que sentimentos trouxeram. Seria mais simples esfregar-me só o cheiro do cigarro à teu coração e planos. O caminho que percorri fora mais do que as curvas sinuosas de corpos, mas o papel destes aqui acaba. Agora retomo o inferno e céu e, do passado, somem os nomes e só ficam as experiências. Eu te disse que era problema. De ter que optar entre mundo e amores - não deu pra seguir a letra da música - escolhi o mundo. E quem sabe um dia, de novo, o teu sexo - junto ao mar (♪).

I cheated myself
Like I knew I would
I told you I was troubled
You know that I'm no good'


Aqui já duas ou três pessoas, dois ou três meses - em alguns minutos.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Sinal de fumaça

É pra dizer que tô presente. Ainda em barro, sangue e alma.
Minn'alma cativa.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Karma

Se eu não pude ter aquele castelo porque agora vou apedreja-lo? Bem, é isso que os fracos fazem. Sempre perdem, e depois tentam acabar com o que [ou quem] não possuíram. Poderiam seguir suas vidas e tentar construir sua própria p*rra, mas não - os maldosos não sabem fazer isso. Antes, bem antes, isso me incomodava... Mas agora, você se afunda tão raso que não dá nem pra tentar te salvar. É de dá pena o modo como a gente vê os outros mendigando uma vida que não é sua; amigos que não são seus, familia, músicas, papeis e cadeiras. É uma pena o modo como colocam sorrisos no rosto após atirar em 'irmãos e irmãs' suas próprias culpas. É de gente que vai se reduzindo, concordando com o que discordam que é pra fugir do destino de afastar as pessoas e terminar - como todos prevêem - só. Ninguém acredita mais em asas mal pintadas.


É, o velho texto batiiido'

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

(!)












Pshiiiiiu...
















"O sentimento
mais profundo
sempre se mostra
em silêncio"

(Marianne Moore 1887-1972,
poeta norte-americana)

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Teias

À Gabi, Victinho, Mau e Rodrigo.



Alguns sentimentos não irão virar palavras e, por mais que eu tente, as palavras que acharia agora seriam só palavras perto de uma das obras de Wilde.



"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquetipo qualquer, mas pela pupila; Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos; Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.Para isso, só sendo louco... Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto! Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis nem choros piedosos; Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça... Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou; Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que 'normalidade' é uma ilusão imbecil e estéril. "

(Oscar Wilde)





E, falando em obras, lembro-me de algo que li certa vez e é assinado por Willian Blake. Ele diz que aranhas constroem teias, pássaros constroem ninhos - e os homens, a amizade.





segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Contar a vida em números

Já prometi não tocar no 'nome' e depois de dez destes textos, mais uma vez, parto uma promessa ao meio. Rompo comigo, como em tantas outras vezes. Seis ou sete delas talvez. Não vou ser romântico, nem culpado. Eu que não entendi as brechas, que não ligueis os pontos (desde criança eu era péssimo naqueles jogos) e deixei de ver o que sempre me esperou. A não felicidade, a traição, a total falta de escrúpulos e de culpa. Não vi que 8 é sempre mais que 1. Formei 2, sem nem querer saber porque - e a culpa não é minha. A culpa é sua. E talvez uma frase possa apagar tudo de ruim e deixar só coisas boas; e ela não é 'te amo' ou coisas do tipo. Essa doença que cansou os ouvidos da platéia, faz ninguém ligar {...}

Você é a minha cura [?]
- se é que alguém tem cura -
Você quer que eu
cometa uma loucura!?
Se você me quer,
Cometa!



terça-feira, 2 de setembro de 2008

Lugar pra lamurias


Eu já não suspiro, nem durmo a tarde pra esperar pela noite. Já não lembro a ultima vez que escrevi nomes no ar; não crio, não trago. Não nada. Agora paro pra ver o que vai passar, espero pelo próximo ato num desses entediantes intervalos em que a cortina permanece fechada enquanto todo gás da agua se esvai. Fora o medo de entrar mais uma vez em cena, de cair num fim a la Shakespeare. E o cenário!? Nos bares, nas camas, nos lares, ou - outra vez - na lama? Já sinto inveja dos livros que leio, as próximas páginas parecem um tanto quanto distantes. E você, quando chegar, não bata à porta ou espere qualquer sinal. Basta que chegue. Não peça lincença. Apague o que de ruim deixaram, o que foi proibido, sem gosto e, apague também, aquilo que nunca falei o que ficou diversas vezes subentendido. Em troca te dedico todas as músicas, e tudo o que os outros foram pequenos demais para usufruir. Chegue.


“Ah, pequeno erro(...),
Como te mostraste terrível em Cordélia,
Arrancando, como numa tortura, minha natureza
De seu lugar devido, expulsando de meu coração todo o amor,
E alimentando o fel!"

domingo, 31 de agosto de 2008

Comer, dormir ... e confiar!

Em mais desses desvaneios, que temos numa tarde sem
mais nada pra fazer, vou parar a minha atenção em
um assunto que descobri fazer parte de mais uma de
nossas necessidades - exagerando mesmo - vitais.
Agora posso até compreender o cara de charuto
na mão e pilhas de manuscritos ao lado de um divã.
Pois é Freud, independente do que vamos ouvir; falar,
é uma terapia para nosso dia-a-dia.Então, mesmo que os
caminhos tenham dito 'não confiais', confiamos.
Não por querer, mas por precisar. Aí então falamos
todos os nosos problemas e quando terminamos a enchorrada
de coisas, percebemos que eles eram menor do que julgavamos.
Sim! Falar amenisa, dimunui, tira a impressão que os
pensamentos silenciados nos deixam.
Aos poucos vamos aprendendo: acordar, comer, confiar, dormir.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Na palma da tua mão


Sabe aquela música que diz 'eu sou capaz de certas coisa que nem quis fazer' !? Então, ela mesma. Percebi que a distancia entre mente e coração é bem maior que uma artéria. São mundos diferentes que ocupam a mesma alma - cada universo. É aí que faço, que embaraço e que não sei aonde fui parar. É aquela coisa de 'aja duas vezes antes de pensar' - sábio Chico - que nos remete ao que nossa mente sempre gritou não querer. Antes de continuar com a tal música, e perguntar se existe algo que justifique a vida ou pelo menos esse instante, eu prefiro parar de escrever e sair à procura. Afinal, mentiras de amor não deixam cicatrizes!


E chega de mentiras cor-de-rosa'


terça-feira, 19 de agosto de 2008

Cem


Bom, esse é o centésimo texto do Diário de um Príncipe Hipocondríaco. Lembro-me dele ter outro link e ter sido aberto só pra salvar um texto a qual eu havia posto num perfil e não queriam que eu retirasse. Em seguida algumas fotos - já excluídas.
Nunca achei que blogs pudessem trazer mais noticias do que um desses [milhões] de sites pode aí. Resolvi então que ele seria tão pessoal quanto um diário, tão real [no sentido mais nobre da palavra] quanto de um príncipe e tão dramático como o de um hipocondríaco temendo a morte.
Daí então, mais precisamente no dia 20 de dezembro, abri as portas de um reino para torna-se 'público'. Depois disso falei de saudade, boemia, tempo e até lama. Falei da pior parte da minha vida e da sua recém guinada. Uma dessas páginas já foram alvos de muita polêmica no mundo, digamos assim, real [no sentido mais chulo dessa palavras]. Coisas que não se desfizeram mais. Assim, pelo que há de ruim e de bom aqui - é que digo que criei 100 grandes marcas em vidas.
Aqui jaz todos os meus devaneios. Posso voltar ao passado, reler e vê o quanto pude mudar em tão pouco tempo. Quantas formas de pensar!
Bom, era isso. Vim soprar as velinhas. 100 delas.


domingo, 17 de agosto de 2008

O Sol em Câncer

A sua existência sai das normas - eis o que ouvi pela primeira vez do meu mapa astral. Detentor do conhecimento da vida, pelas leituras e pelas experiências próprias. Enquanto Janis Joplin solta os gritos, marco na pele o sol na oitava casa, o sol com urano, o onirismo da Lua na casa 1, o dom da palavra com Júpiter em saturno. E nessa transsendental existência que eu seja passivo do que há de bom no destino e que possa rabiscar novas linhas e ir além do mar. Remar. Não faltou quem ligar, nem quem compartilhar. E estão todos ali, em linhas. E ali também reside o futuro, todo bem e todo mal. Posso por as mãos no meu destino, levar ele a cama. Sempre junto de mim.


...que a minha pele tem o fogo do juizo final'





quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O pecado febril

E mesmo que tenham erguido cercas ao redor, pude achar um escape. Vi que posso respirar só, que cercas como essas não valem de nada pra quem sabe voar. Pois é, eu vi. E você chegou e calou a minha boca pra que eu pudesse gritar, prendeu minha circulação pra que meu coração pudesse pulsar, tirou meu ar pra que eu pudesse respirar. Foi uma cena sem castelos, sem trilhas sonoras, sem protagonistas. O espetaculo que ninguém viu, que ninguém percebeu. Só você e eu. Sujo como a lama e - essa sim - vale a pena se melar. Sai do lugar, você me tirou sem precisar puxar, me conduziu e me deixei levar.

Foi só por um segundo, todo o tempo do mundo, e o mundo todo se perdeu ♪'


Agradecimentos todo a Santa (Maria Rita) que deu voz a letra de Claudio Lins.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

A lingua do mundo

Podemos ter toda nossa razão, mas se as pessoas ao nosso redor não pensarem da mesma forma - nós é que iremos parar na fogueira. Nunca soube muito bem explicar tal linha de raciocínio e por isso decidi copiar mesmo - é, quase roubar - um texto que exemplifica e simplifica o raciocínio. Não é por ser realidade que eu concorde ou que ela seja boa, muito pelo contrário, mas não há solução. Meio que me sinto o Tufiq. É, sou o tal do Tufiq.

"Khidr, o senhor do mundo, deu um aviso à humanidade: ia fazer desaparecer toda a água da Terra, exceto a que tivesse sido guardada pelos homens. E, quando as águas voltassem a correr, elas trariam em si o micróbio da loucura: quem as bebesse, perderia a razão.

Ninguém prestou atenção no aviso, exceto Tufiq. Estocou a água na cisterna, e esperou.

As águas pararam de correr - e quando voltaram, levavam a loucura a quem as bebesse. Todos da aldeia beberam. E todos ficaram loucos, exceto Tufiq - que continuava a beber sua água estocada.

Cinco dias depois, Tufiq havia sido preso e condenado a morte - seu comportamento estranho não estava de acordo com o resto da aldeia."

(Paulo Coelho)

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

O beijo da serpente

E então, para aceitar a sua recompensa eles sucumbiram ao beijo da serpente.
- experimenta adão, o fruto que essa serpente oferece é muito saboroso!
Finalmente poderiam sair daquela prisão em forma de lenda que os faziam se sentir obrigados a obedecer tantas imposições.
E outra, a Rainha, de um terra distante aonde a humanidade começou a criar e criar tendo como cenário pirâmides, também se entregou a ela.
- Vou eternizar meu amor com Marco Antonio. Vou vestida de Isis, ganhar a imortalidade que o veneno desta áspide raivosa traz. Disse ela enquanto tomava a vibora nas mãos.
Não muito longe dali, mais exatamente nas areias desérticas do Saara, o pricipizinho se despedia do aviador. Queria voltar ao seu planeta, reencontrar sua rosa.
- O bonito do deserto é saber que ele esconde um poço em algum lugar.
E para que pudesse ficar leve o suficiente para voar e sair dali, ele também procurou pela áspide rastejante.
E mais como um beijo do que como uma mordida a parte Lilith, da triplice da Deusa, perfura em infinita magia os corpos dos novos imortais.

- foi a maior rainha. Disseram se referindo a Cleópatra.
- foi a sabedoria. O que se ouviu do pequeno príncipe.
- foi o pecado original. Disse o mundo, pecador, à seus ancestrais.

Pois é o que há de bom no pecado. O sabor da fruta, ou se entregar ao beijo da serpente.
Estes exemplos serviram de propaganda para nos deixarmos levar pelo que há de sublime. É a Sagrada Anciã nos oferecendo mais um pouco de alma.
Mal sabe ela que um pedaço da maçã é tão pouco ~ e pouco eu não quero mais.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Backlit

Reza a lenda que felicidade não dá tema de blog. Vai ver é por isso que, demorei tanto a escrever aqui. Então, na dificuldade de quebrar lendas é que venho aqui - tentar. Enquanto a track-list abandonou a melancolia e se rendeu ao dance e até ao samba; caminho por entre as mesmas ruas enxergando tudo que antes era invisivel. E nelas o colorido ganha contraste junto com a nova cor da aura. Melhor do que receber boas novas, é saber quais pessoas ficaram felizes por ti. E quantas (lê-se: qualidade mais que quantidade). O melhor sabor da fruta mordida, do get back, ou do brinde só seu. Eis a melhor de todas as músicas, o som dos copos e taças se tocando. A segurança que solidão já não ameaça, que sabotagem já não pega. Não é tão complicado ter prazer em dar prazer. Não me peça pra ficar triste agora, não tens o direito.

Pega vida em mim
Tenta a sorte em mim'


terça-feira, 22 de julho de 2008

postulados

Minhas observações (lê-se: indignações) a respeito da humanidade:

Primeiro; a mania irritante das pessoas tirarem conclusões do que só vêem de longe. Exemplo, olhar para um cara e dizer que ele não é feliz, que ele vai viver sozinho, que ele foi pelas incertezas do caminho. Tá bom que Marcelo Camelo compôs isso, mas se não for algo dedicado a ele mesmo em 3ª pessoa... acho que foi, sim, precipitado.

Segundo; acharem você um ser "bonzinho" - ou então um imortal - e que podem fazer o que bem entender que você, como uma mola - ou sei lá-, vai voltar a ser ao [panaca] que era antes. Prefiro não citar exemplos aqui.

Terceiro; alguém te fala algo e você comenta com outra pessoa que você julga/va confiar, afinal aquilo lhe soaria como um elogio. Aí esta segunda pessoa vai e usa aquilo para expressar sua raivinha e escreve, com baton rosa, na testa aquilo em sua testa. Resultado!? Só você fica "queimado".

Quarto; a gente capricha num blog ou texto do perfil e as pessoas só comentam a [porcaria] da foto. Mundinho fútil.

Quinto; tudo bem, sou até a favor das cotas, mas m-e-t-a-d-a-d-e das vagas é exagero!

Sexto; a necessidade que a gente tem de contar nossos problemas pra alguém. E a necessidade que as pessoas tem de repassarem o que ouviram para o reeesto da galaxia.

Isso é tudo.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

primeiro andar

É que quando eu estava com você eu me sentia diferente, alguém mais parecido comigo mesmo. E o meu eu é que foi vil e tolo por duvidar. Duvidei de teu amor, mas já fiz dele amuleto. Agora descuidei e deixei cair. Mas eu não consegui perdoar tudo que deu errado, fui fraco demais pra isso - perdão é pra os imortais. Não podes pedir o e-ter-no a um simples mortal. O ódio que sustentou meus joelhos, pra que eu não desabasse naquela hora, circulou em minhas veias e destruiu a nossa velha infância. Fui fraco por não querer ser prisão, por não tentar a sorte. É que a sorte é preciso tirar pra ter. Quando estava tudo bem, tocou de novo aquela canção, lembrei da minha promessa de nunca mais me deixarem ser invisível. Foi ai que duvidei, que dei pra mal dizer, que sujei teu nome e te humilhei pra me vingar a qualquer preço. Você não aceitou não me fazer feliz; mas feliz eu nunca aprendi a ser - e não quero trilhar sozinho o caminho de pena ate lá. Eu não soube descarregar meu lixo interior.
E quando as linhas que nos juntaram te levar pra longe de mim, saiba que não haverá cores de aurora ou pôres em Babylon, porque irá faltar o Sol. E essa luz que tu emanas eu irei descrever-lá nos contos que meu filho irá ouvir antes de dormir.
- Pai, porque Le Fey e Pendragon não terminam juntos?
Minha Rainha, obrigado por fazer as musicas de amor terem sentido pra mim. Por compartilhar grandes sonhos e vidas passadas. Por me ensinar a poesia por trás das chuvas, da lua e da rua. Por segurar o sol nas mãos junto comigo. E, antes de bater esta porta, abre tuas mãos e carrega esse amoleto junto contigo. Aperta ele quando precisar e lembra da promessa de 'queridos amigos' estarem s e m p r e juntos.
Meu coração se entregou a tempestade ~

Só enquando eu respirar'

segunda-feira, 14 de julho de 2008

um instante de dois

Eu preciso e, sinceramente, não sei do se trata. E você precisa do tempo que eramos a faca e o queijo - que inspiraria até Gilberto Gil numa canção. A gente ama, mas amor não foi o bastante até aqui. Falta espaço, falta assunto a dois. Preciso de uma cura pro trauma; ou que eu acredite em tudo de mais puro que a vida me gritou não existir. Tão pouco te peço que volte rogando perdão se chora com os olhos secos e [volta e meia] falando dele. É a hora de apagar tudo e dar um começo ou hora do fim, e fim! Me diga o que vamos fazer agora. Tell me what we're gonna do now.

Eu só quero um segundo teu
E um segundo meu
Um instante de dois
Sem mais, nem pra depois eu te dizer
Que eu te amo não
Te amo demais para ser prisão
De dois
Amor
~x~



quinta-feira, 10 de julho de 2008

O Nefelibata

Problemas sérios do blog com o Internet Explorer. Para visualisar os 90 posts existentes tente o Mozilla Firefox.

~x~
Viver de dia a dia,
não de noite e dia
de alma crua, nua, no meio da rua
no mundo da lua
Se Jesus andou sobre o mar
ele andou sobre as nuvens
sobre o que há de cruel
sobre o inferno e o céu
e foi embora sem chegar
(tito moraes)
~x~



Pelo que pensa o nefelibata, pelo lema (pé em Deus e fé na tabua!), pela alma fora do chão o texto foi escrito.
'Pra que ter os pés no chão se você pode voar?'

domingo, 6 de julho de 2008

Je Ne Regrette Rien

O número 4 acabou. E o décimo sétimo ano de minha vida esta pago, varrido e enterrado. O bem e todo mal andou nas colheitas do ano que a numerologia chamou de 4. O declínio começou à exatamente um ano atrás. E até a um segundo atrás todo 'escrito' parece ter se cumprido. Todas as lágrimas derreteram as mascaras, todo mal me fez [muito] bem. Saio com a bagagem, com todas as cicatrizes. Mas saio com as vitórias e com o manual da vida escrito nas linhas das mãos.
Está pago,
com as derrotas (poucas!), com as caídas e recaídas nas armadilhas e planos. Com as lágrimas, com a saudade. O preço foi alto. E o presente não devolve o troco do passado.
Varrido,
me afastei ou até fugi. blindei, esfriei... criei esse escudo; esse teatro, esse inabalável.
Enterrado,
Aqui jás meu coração. Morto, parado. Debaixo da terra todos os sonhos que não podem mais ser realizados, todos os pesadelos já passados.


rien de rien ~


Agora vem o 5. Ano da mudança, viagem e paixões. Novo humor, nova liberdade. Imprevistos, imprevistos e imprevistos. Cautela. Nova vida. Sim, eu quero logo escrever nessa página em branco, no meu cinco. Pois que gire a roda do ano.
Nos planos uma tatuagem (duas ou três), tirar carteira, doar sangue, ver Maria Rita, montar um república chamada Babylon, ter minha primeira (?) crise de overdose...não necessariamente nessa ordem.


C’est payé,Balayé,Oublié,
Je me fous du passé !
Lamentei, já quis a morte, fui da faca o corte mas me levantei Entendi as linhas tortas, destranquei as portas Todo mal me fez bem.


quinta-feira, 3 de julho de 2008

Salvar como Rascunho (?)

Ócio criativo. Não sei sobre o que escrever. Ao mesmo tempo, me sinto a cada dia mais desafiado a por parte do mundo em palavras - nas linhas que eu puder transcrever no pouco tempo que tenho pra deixar minha 'marca'. Chove lá fora e eu não sei se falo disso e faço em verso, se faço em prosa. Posso falar de tudo que penso, sei que existe tal liberdade disso e daquilo mas, depois pago na fogueira da mesma forma. Poderia falar de amor, de quem poderia me esquentar agora. Pensei mesmo em falar de algum apelo social, pôr meu anarquismo cazuzaniano pra se exercitar. Enquanto Ney canta aos meus ouvidos as palavras de Drexler "Y que sea lo que ...Sea!" eu pratico um dos meus [novos] maiores hobbies, escrever. Agora vejo com outros olhos; posso ver uma tela, uma foto, um acontecimento... e pensar como eles ficariam em palavras. Só por esse exercício me sujeitei a procurar por uma frase que me inspirasse um texto, "Você, o seu ser, tanto quanto qualquer pessoa em todo o universo, merece o seu amor e sua afeição." de Buddha. Sei lá se escrevo sobre isso, mas se ela apareceu pode servir pra alguém que venha, por aqui, ler-la. Fora que é tão bonita quanto tudo que queria poder pôr aqui agora.
Enquanto isso chove, a música passa, o tempo idem.
Opa! Para tudo... nessa de procurar por frases, acaba aparecendo em minha frente Antoine de Saint Exupery (esse mesmo, a quem os Deuses tomaram o corpo e o fizeram escrever os segredos divinos da vida na forma de um pequeno príncipe - qualquer relação com o nome, ou até o dono, do blog não é mera coincidência). Então, como nada é por acaso, vem ele fala de tentar alcançar a perfeição (olha, falando dele mesmo). Mas um dia, num texto, eu também a alcanço. Enquanto isso, vou tentando por aqui mesmo. Ah, a frase:

"A perfeição é alcançada, não quando não existe nada mais para se acrescentar, mas quando não existe nada para se retirar."

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Lo. Li. Ta.

Ganhei do bodega, além de elogios, um selo. Além da missão de escolher a 5ª frase da página 161 do livro mais próximo. Escolhi Lola;



"Com a calma ordem murmurada que se costuma dar a um animal treinado, assustado, coberto de suor, mesmo na pior das situações (que louca esperança ou que louco ódio faz vibrar os flancos da jovem besta, que negras estrelas traspassam o coração do domador!), obriguei Lolita a levantar-se e caminhámos decorosamente, e depois corremos indecorosamente, para o automóvel. "


Os 5 indicados de Camelot e as instruções estão nos comentários.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Divã



P
equeno,
Não gosta da vida que comprou com suas atitudes?
Olha pra ela assim ... com tanto rancor.
Faz dela tua inimiga.

Garoto,
o que fazes aí nesse quarto?
Porque olhas tanto ao redor das paredes?
pensando em quem deve ser.

ei, moço!
a culpa é toda tua por não escolher
e se deixar ser escolhido.

Homem,
não cansa de ficar sentado aí!?
...completamente sozinho com suas lágrimas

Pequeno Eu,
Perdoe-me por favor
Eu não pude ver
Você esta ferido por dentro.


sexta-feira, 27 de junho de 2008

made in babylon

Meu novo protótipo é abandonar os chips, as regras e nome da familia. Já vivi mentiras e jurei por elas. Agora assumo os pecados. É tão difícil se comportar as regras; bem, na verdade difícil mesmo é fazer o que temos vontade. Não tive tudo que quis. Nem calo mais minha boca pra dizer o quero. Rompi tratados. Traí os ritos. Agora. Aborto certas convicções. A bordo demônios e munias. Flagelo-me. Exponho cicatrizes. O ser vil que passou para servir para disservir, cansado de ser caça (quero ser o caçador). Opa! Depois de Teatro e Zeca...agora sim eu falo. Falo que aceito o pacto. Que quero agora a 'fruta inteira'. Mereço um lugar ao sol. E já citando Cazuza, 'chamam de ladrão, de bicha, maconheiro'. Busco o tal amor com sabor de fruta mordida - que me falta. O que tenho é a maçã que me engole, rio que corre em veias mansas dentro de mim. Ando assim meio pirado. Pirado. Ando assim meio de viés, como o malandro barão da ralé.


Eis o malandro na praça outra vez
Caminhando na ponta dos pés
Como quem pisa nos corações
Que rolaram nos cabarés
Entre deusas e bofetões
Entre dados e coronéis
Entre parangolés e patrões
O malandro anda assim de viés
Deixa balançar a maré
E a poeira assentar no chão
Deixa a praça virar um salão
Que o malandro é o barão da ralé

Fama de porra-louca, tudo bem!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

si je vais ou si je suis


Um ponto final é um fim
Três são uma continuidade
Tempo de dar colo, tempo de decolar.
é preciso saber a hora de partir
é preciso chegar e abandonar a bagagem
extraviar os fardos, as dores
é preciso também voltar
voltar pro castelo
procurar o amor na torre mais alta
mas pra ver se te esperou
é preciso antes partir


Filho de sol poente
Quando teima em passear
desce de sal nos olhos doente da falta de voltar
vim só dar despedida, mas eu te amo
e na verdade não quero partir


quarta-feira, 18 de junho de 2008

La vie en rose II

Um dia acordo e percebo que o mundo começa a ficar da cor que eu sempre quis dar pra ele. Mas, o mundo ao meu lado começa a estranhar o novo sorriso que pintei ao meu rosto...


Pra dilatarmos a alma
Temos que nos desfazer
Pra nos tornarmos imortais
A gente tem que aprender a morrer
Com aquilo que fomos
E aquilo que somos nós
( o Teatro Mágico)


Mudar. Todos almejamos isso. Mais ainda; planejamos, sonhamos. Tentamos mudar com o mundo de uma hora pra outra; funciona no primeiro dia...no segundo. No terceiro já sorrimos pra quem não queríamos ou choramos as lágrimas de quem [também] não queríamos. Não mudamos até que mudem a gente. É isso que acontece. Somos mutáveis, atingíveis. E por pior que isso venha a ser para as outras pessoas, pra você isso sempre vai ser bom. E quem aceita isso é quem te merece.
Todo ego tudo se permite, venha a nós. À vos - fica esquecido, cego-surdo-mudo.
_________________
requer sacrifícios

segunda-feira, 16 de junho de 2008

La vie en rose

Escrever sobre a vida, o mais profundo infinito dos poetas, dos bêbados e dos desocupados. Acho que para falarmos de vida a gente tem que primeiro aprender a morrer. Romper os fardos, acabar com tudo aquilo que fomos. Todo bem que nos fizeram e todo mal. A resposta pra 'o que é a vida' é aquele lapso de segundo em que a mente dá um branco, gira em torno do nada. Não pensa. Nada. Depois a gente completa a mente e se se sente completamente interrogativo. Passamos horas dos nossos dias fazendo o que não nos faz sentido. É porque nascemos uma folha em branco onde todo mundo rabisca - não conseguimos distinguir nossas próprias escritas de todo o resto. Aí, um dia caímos no mar sem saber nadar, no mais profundo abismo do próprio eu; e lá encontramos uma maneira de viver a vida, de enxerga-la de uma outra cor. Maneira de escrever em nossa folha o roteiro que quisermos, com os personagens que escolhemos. Fazemos nossa trama, nosso espetáculo.

a partir de sempre
toda cura pertence a nós
toda resposta e dúvida
todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser


sábado, 14 de junho de 2008

héritage ~

Posso me acomodar e ser como todo mundo. Posso entrar na faculdade visando o mercado de trabalho e essa coisa toda de ganhar dinheiro. Ou então posso fazer como todos que tem uma história pra contar fizeram...

•••

Sean, seu pai quer lhe contar sobre a sua vida. Quero falar sobre como as coisas tem que ser. Você tem que parar as brincadeiras e começar a estudar. Eu estudei muito pra entrar na faculdade. Não esta fácil conseguir um emprego e ganhar o que eu ganho hoje. Foram 4 anos de diversão e dedicação. Quero que você se prepare pra isso. Largue essa banda, largue as telas e tintas e o palco. Pegue um livro.

•••


Sean, seu pai quer lhe contar sobre toda a sua vida. Filho, eu não pensava como os outros. Não aprendi a me alimentar de competições e de dinheiro. Aprendi a me alimentar de palmas. Um dia larguei tudo e vim pra cá. Decidi pintar a cara e subir num palco. Alimentei a alma, nutri o espírito. Larguei os cálculos, fiz teatro. Vivi a minha vida, a de meus personagens. Vi que o mundo era pequeno, carnavalisei, caetaniei - conheci o universo na rua.

•••

De qualquer forma construímos histórias. Só que uma mais interessante que outra. Eu sei o que o meu guri vai preferir. Se são 50 centavos pela questão de matemática ou por encenar na porta do cursinho. Se é ter a mesma herança que todos os seus amigos - ou e é ter orgulho do homem que chama de PAI enquanto os outros gritam: bravo! bravo!

•••

Sean, o mundo é bem maior que isso. Tem que se passar pela casca pra chegar ao doce. Vamos, agora me deixe só. Digo que não vá, só para que quando você saia possa contar que fugiu. Da luta não se retire!

sexta-feira, 13 de junho de 2008

la roue, tourne!

Desculpas aos viajantes à Camelot pelo texto abaixo não conter lições, frases ou qualquer das outras coisas admiráveis que dizem conter nos demais.Mas, se souberem, podem achar mais do que isso no que escrevo aí logo abaixo.

Depois das truculentas e esmagadoras semanas vejo que, aos poucos, posso viver sem 4 ou 5 pessoas. E vi que quando algumas se vão outras aparecem preenchendo alguns vazios - que deixariam Lacan de cabelo em pé. "Quem não me ama, não me merece", Anita grita isso nos meus ouvidos todos os dias. Posso finalmente conhecer outros planetas, sem flores, vulcões e afins. E o melhor, não me faz falta. Não preciso de pessoas que me evitam quando estou mal e não posso animar suas noites como um bobo da corte. Agora a prendi a ser como a maioria, dizer 'te amo' sem amar, dizer que sinto saudades sem sentir - aprendi a ser egoísta. Isso é muito bom.
Sei que vão me chamar de idiota e de um monte de coisas, e já dou risada por antecipação.
As três pessoas que fizeram de tudo pra me irritar, não irritaram e hoje se revoltam comigo por ter sido indiferentes à elas.
Sinto por não ter sido engraçado, porque não ter um Visa Electron ou por não ter ficado chateado pelo bolo que planejaram me dar. Sinto por ter me divertido, rido, fumado e bebido sem precisar de ninguém ali. Como achavam que eu dependeria.
Pra falar a verdade eu não sinto mesmo. ha ha ha. Tô sendo irônico. Acho engraçado.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

définir l'amour

Escrito, por um grafitti, em um muro em Buenos Aires:


“Se amas alguém, deixa-o em liberdade.
Se ele voltar, foi porque precisou.
Se ele não voltar, foi porque precisou”.


segunda-feira, 9 de junho de 2008

blackout II: l'amis

Eis que quando sua luz apaga os pequenos vaga-lumes que lhe faziam companhia voam pra longe. Um a um. Os mais amados, os com mais brilhos. Eles não deixam de ser bem vindos, sua área de pouso quase sempre existirá pra sua volta. Quase. Dizem que os melhores ficam...bobagem. Ninguém quer escuridão por perto. Quando tua luz se acender novamente o celular voltará a tocar, a campanhia, a buzina. Mas se ela não se acende, todos levantam vôo. A única verdade que fica é teu espelho. Verdadeiro como ninguém. Te reflete só. Te reflete como és. É verdade. É o jogo de quem fica e vale; e quem vai, se esvai. É sozinho que vim ao mundo, e é em auto-suficiência que dele partirei! A gente compartilha de momentos, não de alma. E daqui meu reflexo me mostra que meu poço foi cavado pelos mesmos operários que ergueram meu castelo. Seja de sangue ou de alma - eu agora abandono. Chamo de nada. Ossos do ofício. É o meu velho vicio de sonhar. Pular de precipício em precipício.

Menino Deus, quando tua luz se acenda
A minha voz comporá tua lenda
E por um momento haverá mais futuro do que jamais houve

sábado, 7 de junho de 2008

blackout

As melhores coisas da vida. Não sei se é ficar parado, sozinho em meu vegetativo silêncio ou se é fugir pra vida. Dar nome aos paralelepípedos da rua, virar o copo de vinho no maior acorde da música, fazer sangue ser derramado numa cama, usar gírias feias e fazer uma cara de smyle a meia-noite na rua. As piores coisas da vida. É não ser melhor amigo do tempo, é ver que pra você pessoas ficam e pra elas você se foi. É ser o que você grita não ser atrás do personagem modesto do dia-a-dia. É saber que todos sabem falar e ninguém escutar.
Essa é minha promessa de desabafo sendo cumprida. É que acho tudo pouco. É que fui mal criado e não me contento com nada do que possam me oferecer. Me revolto. Faço mal a mim mesmo e [acho que] ninguém mais. Hoje eu peço que falem, que digam. Ouço a reprovação de um tolo, já sei que um elogio soberano. [Obrigado Blake]. Posso dizer que sinto pena dos que me perdem, mas mentiria. Sinto pena de mim por não compartilhar da falsidade-civilizada que impera por trás dos sorrisos na mesa. Talvez trocaria o muito que tenho - e de que pouco uso - pra ser só mais um. Mas essa resposta seria a mais difícil e a única que eu não responderia caso me perguntassem. É que eu assumo meus erros, e o pior deles é achar que não erro. é achar que todos estão errados em relação a mim. Só que o resto do mundo é maioria [ por mais que quantidade seja diferente de qualidade /lixa]. E saber disso também não muda nada.
O que sei é que fui parar na escuridão. Sem luz no fim do túnel. Aprendi a usar o tato pra sobreviver. Mas é que ficam marcas, hematomas, feridas. Vou me abandonar lá dentro, quando uma porta for aberta - não reconhecerei o que de lá vai sair.
E agora me calo. É preciso saber a hora.

être comme la rivière quoi coule

“Ser como o rio que flui
silencioso no meio da noite.
Não temer as trevas da noite.
Se há estrelas no céu, refleti-las
E se os céus se enchem de nuvens
como o rio,
as nuvens são água;
refleti-las também, sem mágoa,
nas profundidades tranqüilas”.

(Manuel Bandeira)


Ser como o rio que flui é seguir seu seu caminho normalmente. Manter o silêncio no meio da noite é não nos queixar das dificuldades, não gritar. Não atrapalhar os outro córregos. Não temer as trevas da noite, não tendo medo das dificuldades é que saímos de nossa nascente. E, se há estrelas no céus refleti-las, eis que Bandeira fala das boas ações - se existem devem ser repetidas. Como as nuvens, refletir em sua face as suas mágoas. Faz parte. Efim, sem como o rio que flui!


quarta-feira, 4 de junho de 2008

tous les jours

Todo dia. Dia de sair atrasado, e de ter uns 9 minutos pra percorrer alguns marcantes quarteirões. Saio com pressa e passei a esquecer o mp4. Fecho a porta de casa pensando na música que vai me acompanhar pelo caminho. Vou cantando mentalmente até passar por perto de uma casa que ja apelidei de 'africa'. Sei que lá mora um pai e varias crianças entre 3 e até uns 12 anos. Todos negros, de cabelo raspado, tomando café na varanda de casa enquanto o pai lá de dentro estoura uma raggae jamaicano no volume do som. O mais velho sempre esta roubando os menores num jogo de gude traçado no jardim. O mais novo esta sempre pelado comendo num prato de plástico azul claro, mas o que ele quer mesmo é brincar com a colher de gente grande. Quando paro de ouvir a estrondante música, volta pra minha mentalmente. A intenção é esquecer tudo pelo caminho, tentar começar o dia bem. Depois passa por mim - sempre - uma senhora japonesa numa bicicleta com a mesma expressão de quem vai dar um sorriso ou sei lá. Comprimento ela com a cabeça, ela me olha e continua com a mesma face. Sempre. Então viro uma esquina e o sol já esta refletindo bastante na rua, esta tudo bem mais claro. Confiro as horas. Aperto o passo. Volto pra minha música. Começo a 'viajar', como dizem. Nessas ultimas ruas - não sei porque - é a hora mais destraida dos meus dias. Lembro de todas as pessoas que já não merecem ser lembradas. E, ultimamente são muitas. Depois tem o cara do mototaxi numa esquina, sempre ali. No começo ele me via com pressa e perguntava se queria tomar o 'taxi' - eu dizia que faltava apenas três ruas. Hoje nem nos falamos mais. Tem também uma barraca de jogo bicho ou números...essas coisas. Tem sempre alguém discutindo os números com a mulher da venda. Hoje ouvi algo sobre 07 e 19. Daí em diante fico perto do meu caminho, começo a pensar nas pessoas que vou encontrar lá...se tenho alguma coisa pra falar. Problemas pra resolver. Os problemas de lá são tão pequenos comparados aos do começo do caminho. Nessa hora o passeio é péssimo e todo quebrado. Aí então vem o piso do passeio de uma venda qualquer, nitidamente anti-derrapante. Mas vai se arriscar a passar por ali contudo, não! não! Escorrega mais que casca de banana. Me seguro. Olho a hora e já deu 7 ou passou alguns minutos disso. Aí conserto a coluna, levanto o pescoço e enrolo alguns cachos do cabelo porque é hora de passar por alguns mal-encarados do colégio [quase] vizinho. Atravesso a rua, já não penso em mais nada. Comprimento o velho da sorveteria, olho o cabelo no vidro fume da porta e finalmente começo a acordar. Só então começo a acordar.

domingo, 1 de junho de 2008

un autre point de vue

Saber olhar pra si como sendo uma outra pessoa. Calar-se, sair do corpo e se olhar/observar de um outro ângulo. Não é loucura (ou talvez seja - não sei) ou coisas que a gente pensa quando não esta muito bem ou quando não tem o que fazer num domingo chuvoso de muito sol (sim, isso é possível). Na verdade eu descobri que isso se trata de uma arte hindu a qual eles chamam de “yoga da inação”. Observar nossos movimentos, nossa voz e reações. Um outro ponto de vista. Assim nossos problemas parecem ser como são: menores do que imaginávamos. Ou nenhum. Essa é mais uma daquelas coisas que você se agarra e testa depois de achar que nada funciona com você, só com os outros.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Do estribilho

Caiu um guindaste num prédio em Nova York. Pensaram que era uma bomba. Foi engraçado pra alguns, mas não pro cara que morreu. O desastre não é tão grande quanto na hora do susto. E se a vitima for uma só - pro resto do mundo é bobagem. Quando algo cai pode ser corriqueiro pros amigos ou pra quem estava caminhando por ali. Mas pra quem estava por baixo o mundo parece ter vindo sobre sua cabeça. Mas aí ele resiste e fica de pé. O pranto não rolou. As obras que o guindaste tanto ajudava chama-se vida. Uma obra, tão chata quanto um livro de Eça de Queriroz. E o sol vem contrariar a previsão do tempo. E o cadarço ganha vida própria. E o mundo dá dor de cabeça. Quando morrer enterrem-me de pé, pois vivi a vida inteira de joelhos. Exausto, eu peço aos Deuses pra começar uma nova obra longe daqui.

“Se você realmente gosta de solidão, eu deixarei que você

faça o que preferir para que isso não lhe machuque oh oh...”
(escreveu Britney num misterioso pedaço de papel)

Eu já fui soterrado e só vim aqui avisar que n a d a será como antes.


quinta-feira, 29 de maio de 2008

Da trajetória

Não adianta andar pra frente se o mundo gira na direção contrária embaixo dos seus pés. As vezes, continuar a trajetória é retroceder. E acho mesmo que tudo anda na direção contrária aos meus pés. Preferiria caçar peixe com as mãos e viver numa floresta, não teria problema algum. Mas o ser irracional - que é o ser humano - inventou esse monte de problemas que chamam de 'civilização'. Um mundo canibal. Eu não sei pra que eu passo horas de meu dia na frente de formulas e sei lá mais o que. Minha vontade é enfiar a cara em jornalismo na UFBa ou UFS, depois arrumar uma coluna na Veja e ser feliz. Mas pra isso preciso da coluna na Veja. Não precisaria de nada estando num palco. Então, penso em fujir pra fazer teatro no Rio. Apagar meu passado. Jogar meu celular num lago ou chafariz - como nos filmes. Queimar as fotos com as mesmas chamas que acendi aquelas alegrias.
Falo tudo isso mas poderia dizer só: Adeus! Dizer que ganhei alegrias e lições - não perdi tempo. Mas você perdeu comigo. Não era eu. E ouvi isso de você milhares de vezes, aturei todas as brincadeiras, todas as músicas, todos os textos, nick's e suspiros. Mas agora a triste hora do fim de faz notória. Me deseje só felicidade, vamos manter a amizade. Mas não me queira só por pena. Nem me crie mais problema!

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Do nada II

É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar.

Que o ar no copo ocupa o lugar do vinho,
Que o vinho busca ocupar o lugar da dor.
Que a dor ocupa metade da verdade,
A verdadeira natureza interior.




(Gilberto Gil por Chico)

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Das Brumas



De olhos fechados a mão corre a cama a procura do cobertor.
Não o acha. Não insiste, ainda dá pra voltar para aquele sonho.
Estavam todos lá, eram muitas cores, muitas vozes...cheiro.
Tudo interrompido de uma só vez. Nokia Tune. A mão corre num
desespero, como se houvesse mais alguém ali que não pudesse
ser acordado. Então desliga. Abri os olhos devagar. A pele é só
arrepio em cima de arrepio. E o inverno, pela janela, dança em
doces brumas. Elas sempre escondem um mistério - quero
descobrir o meu. Vou a rua pra ver se acho bônus, procuro pelo
dia todo. Todo dia. É dia e é escuro. Quem vai iluminar meu
caminho nas brumas? Brando, corpo celeste, meta metade
Meu santuário, minha eternidade. Iluminando o meu caminho e fim...
O corpo parece que nega os comando da mente. A alma se
desprende do corpo em certos momentos. E o frio vem dificultar
as coisas com toda sua beleza. Nenhum peso que não possa
suportar lhe é dado. Então a gente anda sem saber pra onde,
sem olhar pro chão. Com tropeços, claro. Mas sem perder o ritmo.
Sem se retirar da luta. Sem saber porque nem pra que. Mas eu vou!


Eu vou de sol a sol
Desfeito em cor, refeito em som
Per fe i to em tanto amor




terça-feira, 20 de maio de 2008

Da doença

- amor aumenta?
- sim. até matar!
- ódio que mata. se aumentar...mata.
- Se ódio mata eu sou imortal!

Do nada

Eu não lamento nada. Acho que pra respirar de uma maneira diferente - recomeçar - não é necessário apenas que esqueçamos o que de ruim nos fizeram. Pra balança zerar é preciso que todo bem vá junto. Tudo. Pra não haver comparações. Com minhas lembranças acendi o fogo. Minhas mágoas, meus prazeres. Não preciso mais deles! É necessário ser indiferente agora. Je ne regrette rien. Nada de nada. Está pago, varrido, es que ci do. Não me importa o passado! Varridos os amores E todos os seus "tremolos". Varridos para sempre. Je repars à zéro! Não,
rien de rien ~
Não! Eu não lamento nada... Nem o bem que me fizeram. Nem o mal - isso tudo me é igual!
C’est payé, Balayé, Oublié. - Recomeço do zero.

domingo, 18 de maio de 2008

Da humanindade

Não acredito que ela [a humanidade] possa ser boa. Ponto. Não acredito em bondade, já disse isso aqui. Também não me excluo. Dessa vez não conseguirei tirar a espada - nem ninguém o fará. Essa droga é tão suja, tão lama que nem a pétala de lótus se resiste branca. Não dar pra se manter limpo, é energia demais gasta. E não dá pra ver atos só por serem bons. Desculpe humanos, mas não dá. No meio de tudo - bem no meio, no centro do universo meeesmo - eu sinto que sei que sou um tanto bem maior. Não preciso provar. Sou. Isso basta a mim e a meus Deuses. n i n g u é m m a i s . Ninguém é yng, e não é por sua culpa. Mas se tenho que culpar alguém - não serei eu ou o 'sistema' [ nome inventado pra nossas invenções]. Então culpo cada um. Todos. A quem me cabe. Nojo. No. Jo.

Há as almas que eu salvo. estes sabem quem são ~

sábado, 17 de maio de 2008

Da 'querência'

Não há compartilhamento, divisões. Eu estou só. Você esta só.
é assim que a coisa [eu não queria usar a palavra 'vida'] é. Um
caminho trilhado por você e ninguém mais. Os pais são o impulso
da linha de partida, os amigos são os que correm na mesma pista
em determinado momento da caminhada. Os melhores amigos,
estes são o posto de gasolina, o abastecimento. Voltamos ou nos
adiantamos para chegar no Pit Stop quando a carência bate.
Sou o andante. Eu sou o posto e sou também obstáculo. Sou pedra
no caminho. E outros também me são.
Esse ponto de chegada, esse ponto de partida. Essa plataforma.
Se é mar, remamos. voar não ensina, cair sim. voar é covardia.
devagar dedica-se mais.
A plataforma dessa estação é vida desse meu lugar - é a vida !