sexta-feira, 30 de maio de 2008

Do estribilho

Caiu um guindaste num prédio em Nova York. Pensaram que era uma bomba. Foi engraçado pra alguns, mas não pro cara que morreu. O desastre não é tão grande quanto na hora do susto. E se a vitima for uma só - pro resto do mundo é bobagem. Quando algo cai pode ser corriqueiro pros amigos ou pra quem estava caminhando por ali. Mas pra quem estava por baixo o mundo parece ter vindo sobre sua cabeça. Mas aí ele resiste e fica de pé. O pranto não rolou. As obras que o guindaste tanto ajudava chama-se vida. Uma obra, tão chata quanto um livro de Eça de Queriroz. E o sol vem contrariar a previsão do tempo. E o cadarço ganha vida própria. E o mundo dá dor de cabeça. Quando morrer enterrem-me de pé, pois vivi a vida inteira de joelhos. Exausto, eu peço aos Deuses pra começar uma nova obra longe daqui.

“Se você realmente gosta de solidão, eu deixarei que você

faça o que preferir para que isso não lhe machuque oh oh...”
(escreveu Britney num misterioso pedaço de papel)

Eu já fui soterrado e só vim aqui avisar que n a d a será como antes.


quinta-feira, 29 de maio de 2008

Da trajetória

Não adianta andar pra frente se o mundo gira na direção contrária embaixo dos seus pés. As vezes, continuar a trajetória é retroceder. E acho mesmo que tudo anda na direção contrária aos meus pés. Preferiria caçar peixe com as mãos e viver numa floresta, não teria problema algum. Mas o ser irracional - que é o ser humano - inventou esse monte de problemas que chamam de 'civilização'. Um mundo canibal. Eu não sei pra que eu passo horas de meu dia na frente de formulas e sei lá mais o que. Minha vontade é enfiar a cara em jornalismo na UFBa ou UFS, depois arrumar uma coluna na Veja e ser feliz. Mas pra isso preciso da coluna na Veja. Não precisaria de nada estando num palco. Então, penso em fujir pra fazer teatro no Rio. Apagar meu passado. Jogar meu celular num lago ou chafariz - como nos filmes. Queimar as fotos com as mesmas chamas que acendi aquelas alegrias.
Falo tudo isso mas poderia dizer só: Adeus! Dizer que ganhei alegrias e lições - não perdi tempo. Mas você perdeu comigo. Não era eu. E ouvi isso de você milhares de vezes, aturei todas as brincadeiras, todas as músicas, todos os textos, nick's e suspiros. Mas agora a triste hora do fim de faz notória. Me deseje só felicidade, vamos manter a amizade. Mas não me queira só por pena. Nem me crie mais problema!

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Do nada II

É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar.

Que o ar no copo ocupa o lugar do vinho,
Que o vinho busca ocupar o lugar da dor.
Que a dor ocupa metade da verdade,
A verdadeira natureza interior.




(Gilberto Gil por Chico)

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Das Brumas



De olhos fechados a mão corre a cama a procura do cobertor.
Não o acha. Não insiste, ainda dá pra voltar para aquele sonho.
Estavam todos lá, eram muitas cores, muitas vozes...cheiro.
Tudo interrompido de uma só vez. Nokia Tune. A mão corre num
desespero, como se houvesse mais alguém ali que não pudesse
ser acordado. Então desliga. Abri os olhos devagar. A pele é só
arrepio em cima de arrepio. E o inverno, pela janela, dança em
doces brumas. Elas sempre escondem um mistério - quero
descobrir o meu. Vou a rua pra ver se acho bônus, procuro pelo
dia todo. Todo dia. É dia e é escuro. Quem vai iluminar meu
caminho nas brumas? Brando, corpo celeste, meta metade
Meu santuário, minha eternidade. Iluminando o meu caminho e fim...
O corpo parece que nega os comando da mente. A alma se
desprende do corpo em certos momentos. E o frio vem dificultar
as coisas com toda sua beleza. Nenhum peso que não possa
suportar lhe é dado. Então a gente anda sem saber pra onde,
sem olhar pro chão. Com tropeços, claro. Mas sem perder o ritmo.
Sem se retirar da luta. Sem saber porque nem pra que. Mas eu vou!


Eu vou de sol a sol
Desfeito em cor, refeito em som
Per fe i to em tanto amor




terça-feira, 20 de maio de 2008

Da doença

- amor aumenta?
- sim. até matar!
- ódio que mata. se aumentar...mata.
- Se ódio mata eu sou imortal!

Do nada

Eu não lamento nada. Acho que pra respirar de uma maneira diferente - recomeçar - não é necessário apenas que esqueçamos o que de ruim nos fizeram. Pra balança zerar é preciso que todo bem vá junto. Tudo. Pra não haver comparações. Com minhas lembranças acendi o fogo. Minhas mágoas, meus prazeres. Não preciso mais deles! É necessário ser indiferente agora. Je ne regrette rien. Nada de nada. Está pago, varrido, es que ci do. Não me importa o passado! Varridos os amores E todos os seus "tremolos". Varridos para sempre. Je repars à zéro! Não,
rien de rien ~
Não! Eu não lamento nada... Nem o bem que me fizeram. Nem o mal - isso tudo me é igual!
C’est payé, Balayé, Oublié. - Recomeço do zero.

domingo, 18 de maio de 2008

Da humanindade

Não acredito que ela [a humanidade] possa ser boa. Ponto. Não acredito em bondade, já disse isso aqui. Também não me excluo. Dessa vez não conseguirei tirar a espada - nem ninguém o fará. Essa droga é tão suja, tão lama que nem a pétala de lótus se resiste branca. Não dar pra se manter limpo, é energia demais gasta. E não dá pra ver atos só por serem bons. Desculpe humanos, mas não dá. No meio de tudo - bem no meio, no centro do universo meeesmo - eu sinto que sei que sou um tanto bem maior. Não preciso provar. Sou. Isso basta a mim e a meus Deuses. n i n g u é m m a i s . Ninguém é yng, e não é por sua culpa. Mas se tenho que culpar alguém - não serei eu ou o 'sistema' [ nome inventado pra nossas invenções]. Então culpo cada um. Todos. A quem me cabe. Nojo. No. Jo.

Há as almas que eu salvo. estes sabem quem são ~

sábado, 17 de maio de 2008

Da 'querência'

Não há compartilhamento, divisões. Eu estou só. Você esta só.
é assim que a coisa [eu não queria usar a palavra 'vida'] é. Um
caminho trilhado por você e ninguém mais. Os pais são o impulso
da linha de partida, os amigos são os que correm na mesma pista
em determinado momento da caminhada. Os melhores amigos,
estes são o posto de gasolina, o abastecimento. Voltamos ou nos
adiantamos para chegar no Pit Stop quando a carência bate.
Sou o andante. Eu sou o posto e sou também obstáculo. Sou pedra
no caminho. E outros também me são.
Esse ponto de chegada, esse ponto de partida. Essa plataforma.
Se é mar, remamos. voar não ensina, cair sim. voar é covardia.
devagar dedica-se mais.
A plataforma dessa estação é vida desse meu lugar - é a vida !

Do ciclo

Tem hora venho aqui postar algo e logo depois vejo que já o fiz. Isso é mesmo um saco. Parece que eu não aprendo. Quando aprendo ainda me surpreendo ao ponto de vir aqui deixar minha indignação - ou seja lá o que for. A exemplo de Dos Interesses, putaquemepariunodia6dejulho (signo de câncer), eu não vi que as regras não tem mesmo exceções. Se não, não seriam regras.
Ahh, aquele abraço era só pra se aproveitar da mesa.
Ou com o Como o Diabo Gosta, que é cheio dessas coisas pelo blog inteiro. Nem sei onde queria chegar, mas eu queria - na verdade - repetir tudo isso usando uma desculpa qualquer.
A vida tem um formato de circulo. [ou seria um oito deitado?]

Da retificação

Teve uma coisa no meu post de 13 de abril a qual
eu acho que não havia ficado muito clara.

"(...)arrancar regularmente os baobás logo que se distinguam das
roseiras, com as quais muito se parecem quando pequenos. É um trabalho sem graça, mas
de fácil execução."

pronto, agora me sinto melhor.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Da Obsessão

Obsessão. Ou como alguns preferem chamar: "amor".
Não há sentimento mais egoísta que esse. Somos capaz de
desejar alguém com tanta força que, acabamos por alterar
seu caminho. Interferir no que não nos pertence.
Eis que entra a lei da religião mais antiga do mundo: "se você
altera o caminho de alguém (com força do pensamento, planos,
'tramóias', e magia) pagara pela desgraça que causara 3 vezes
mais".
Em pouco tempo eu colecionei uma prateleira negra de gente
assim. Incluindo eu mesmo. Vendo daqui posso dizer o quanto
erramos nisso.
Outras pessoas vão muito além. Tornam-se vírus, doença.
Infiltram-se numa outra familia. Seleciona seus amigos de
acordo com o grau de afinidade da pessoa que ama. Descarta
quem já não serve pra seus planos, quem ameaça.
No final de tudo o amor traz ódio. O amor vira ódio. Então,
o que sobra são as amizades disputadas/descartadas.

"Onde aprender a odiar
pra não morrer de amor?"
(C. Lispector)

Escolha suas amizades.
Escolha entre seu amor e suas amizades.
Nem sempre ambas ocupam o mesmo espaço.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Do próximo passo

O próximo instante eu sei, é quase lá.
Não há como dizer que não se deve olhar pro passado.
Mas pode-se dizer que não se deve olhar pra baixo.
A regra é dar o próximo passo sem medo de pisar em
que/o que/ quem esteja embaixo.
É necessário sacrifícios.
Mais o maior de todos, é passar por cima daquilo que
você um dia deu chance de trilhar o mesmo caminho
que você.
Oportunismo move o mundo. Infelizmente - é verdade.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Da Descoberta

Descobri,

O mais forte de todos os estrondos.
A palavra mais sábia de um velho mago.
A maior indiferença.
A melhor resposta.
O mais bravo grito.
- a arma mais fatal -
Tudo que você não queria ouvir
Eis o silêncio