terça-feira, 23 de setembro de 2008

Karma

Se eu não pude ter aquele castelo porque agora vou apedreja-lo? Bem, é isso que os fracos fazem. Sempre perdem, e depois tentam acabar com o que [ou quem] não possuíram. Poderiam seguir suas vidas e tentar construir sua própria p*rra, mas não - os maldosos não sabem fazer isso. Antes, bem antes, isso me incomodava... Mas agora, você se afunda tão raso que não dá nem pra tentar te salvar. É de dá pena o modo como a gente vê os outros mendigando uma vida que não é sua; amigos que não são seus, familia, músicas, papeis e cadeiras. É uma pena o modo como colocam sorrisos no rosto após atirar em 'irmãos e irmãs' suas próprias culpas. É de gente que vai se reduzindo, concordando com o que discordam que é pra fugir do destino de afastar as pessoas e terminar - como todos prevêem - só. Ninguém acredita mais em asas mal pintadas.


É, o velho texto batiiido'

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

(!)












Pshiiiiiu...
















"O sentimento
mais profundo
sempre se mostra
em silêncio"

(Marianne Moore 1887-1972,
poeta norte-americana)

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Teias

À Gabi, Victinho, Mau e Rodrigo.



Alguns sentimentos não irão virar palavras e, por mais que eu tente, as palavras que acharia agora seriam só palavras perto de uma das obras de Wilde.



"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquetipo qualquer, mas pela pupila; Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos; Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.Para isso, só sendo louco... Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto! Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis nem choros piedosos; Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça... Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou; Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que 'normalidade' é uma ilusão imbecil e estéril. "

(Oscar Wilde)





E, falando em obras, lembro-me de algo que li certa vez e é assinado por Willian Blake. Ele diz que aranhas constroem teias, pássaros constroem ninhos - e os homens, a amizade.





segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Contar a vida em números

Já prometi não tocar no 'nome' e depois de dez destes textos, mais uma vez, parto uma promessa ao meio. Rompo comigo, como em tantas outras vezes. Seis ou sete delas talvez. Não vou ser romântico, nem culpado. Eu que não entendi as brechas, que não ligueis os pontos (desde criança eu era péssimo naqueles jogos) e deixei de ver o que sempre me esperou. A não felicidade, a traição, a total falta de escrúpulos e de culpa. Não vi que 8 é sempre mais que 1. Formei 2, sem nem querer saber porque - e a culpa não é minha. A culpa é sua. E talvez uma frase possa apagar tudo de ruim e deixar só coisas boas; e ela não é 'te amo' ou coisas do tipo. Essa doença que cansou os ouvidos da platéia, faz ninguém ligar {...}

Você é a minha cura [?]
- se é que alguém tem cura -
Você quer que eu
cometa uma loucura!?
Se você me quer,
Cometa!



terça-feira, 2 de setembro de 2008

Lugar pra lamurias


Eu já não suspiro, nem durmo a tarde pra esperar pela noite. Já não lembro a ultima vez que escrevi nomes no ar; não crio, não trago. Não nada. Agora paro pra ver o que vai passar, espero pelo próximo ato num desses entediantes intervalos em que a cortina permanece fechada enquanto todo gás da agua se esvai. Fora o medo de entrar mais uma vez em cena, de cair num fim a la Shakespeare. E o cenário!? Nos bares, nas camas, nos lares, ou - outra vez - na lama? Já sinto inveja dos livros que leio, as próximas páginas parecem um tanto quanto distantes. E você, quando chegar, não bata à porta ou espere qualquer sinal. Basta que chegue. Não peça lincença. Apague o que de ruim deixaram, o que foi proibido, sem gosto e, apague também, aquilo que nunca falei o que ficou diversas vezes subentendido. Em troca te dedico todas as músicas, e tudo o que os outros foram pequenos demais para usufruir. Chegue.


“Ah, pequeno erro(...),
Como te mostraste terrível em Cordélia,
Arrancando, como numa tortura, minha natureza
De seu lugar devido, expulsando de meu coração todo o amor,
E alimentando o fel!"