quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

[In]explicaveis


É pra tentar não ser redundante em metáfora de primeiros passos ou de portas; mas, de fato, é repetido, batido, cíclico, comum, fugaz e até vulgar. Dentre todos os dizeres listados  em todas as minhas portas de saída nenhum destes me serve em prática. E o que arranha, estranha, e enfatiza isso é que toda a minha preferência está depositada nisso feito fichas em jogos. Entre suportes de pesos sobre o pescoço, trilhas martelando o pensamento e mares de cores rosadas em fim de tarde - prefiro tudo rói, mói. A espada em lugar da parede. A busca em lugar de espera. A aventura ao invés do atraso. A despedida em preferência ao deterioramento. Sabor de nozes, e-mail não lido, números esquecidos, dúvidas da cadeira ao lado e, claro, saber a hora certa de encerrar um texto.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

hello stranger


No meu embalo de pés soltos e de olhos moles no reflexo do espelho pós visulizar ascenos de braços por de traz do reflexo de minhas lentes escuras; estava sem pulso, sem suor, mudo e ouvidos abertos à canção que narra cuidados de flores na janela. Trechos sobre petalas e amor e a necessidade de expor ao sol. Pus-me ao sol em amor-próprio. Suei em quimica mutua. Deitei; abri os olhos e no ato vislumbrei fotos de uma vida que desconheço, mas que - agora - caminhos eu havia cruzado. Totalmente perceptivo ao que nomenclam 'coincidências', signos dos deuses, vem em ondas, choques - ou gozos, que seja - a sensação de saber estar no local e hora certa. O que explica, em fatos, tudo e o todo que me aconteceu desde a primeira vez que esses pulmões sentiram o ar. É necessário surgir inexplicaveis para que todo o resto explique-se. Ciclico. Em "olá", passados, encontro e "adeus".

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Carnavália



O balançar do tempo em rede de lã roubando o trabalho dos ponteiros. Olhos mergulhados em páginas e garantia de não manter o telefone no ponto cego. É caminho percorrido em avenida. Cortejo sem cor. É a minha  fuga no bu bu bolindo.  É sobre vozes perdidas no ar à procurar  satélites que as encaminhe até ouvidos.  Luzes  quadradas vistas de baixo encaixando-se em eixo de campo qualquer de vista. Perder o sono. Ganhar o som. O passo largo. O tombo da criatividade à descer pelas pontas do dedos e resumir-se em fontes negras. Descrever onde os pés andam. Toda impossibilidade de falar de caminhos sem que a mente não os percorra. O tremer bilateral; o toque e o temer à morte. Vagar a mente onde os pés ainda não pisaram – pra lá de fevereiro. Diz-se o mundo não ser tão bom assim. Mas fiz zum zum e pronto.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Pra saber de mim


Ando de frente. Percorrendo corredores, voltando a tomar noção de tempo. Ganhando espaços e, quiçá lares. Corro em mar, nado em asfalto e não falo de amor. Arrepio a nuca, dão-me face de pôr-do-sol, voz arrastada,  caricias plenas e, sujo. Escrevo minha marca de suor em banheiros de bar, de lágrimas em corações descompassados, sorrisos de canto de boca em beijos de despedida, de - fim das contas - noite vazia à espera do sono. Finado rancores, fundadas penas - plenas! Pra saber de mim tem que me ver por aí, em rotina, ócio, bocas, espera, alcances. Eu hoje me leio, me vejo, encontro e, sendo assim, menos entendo. É tomando forma, pegando gosto, deixando lugares vazios; espreita. É só pra dar satisfação.