quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Total

Espaçonaves. Já me pode ter sido tudo descrito aos ouvidos, mas jamais vi. Tudo que  é novo, é esse estranho objeto não-identificado. Diferentes - e sempre novas - formas. Variando em tantos fenômenos suas cores e som. O novo ainda chega pra mim como quem ri e diz que de nada sei. Até as latas, o tudo sendo nada e coisa assim. Conversa fiada. Filosofia de boteco, nova. Nova nave. E há sempre viagem. Como a de olhar as mesmas estrelas, mas com os braços envoltos em outros corpos. É a diferença nas ondas do mesmo mar. São automoveis e fumaças naquelas mesmas ruas em grama e terra. Surpresa, voltas e tantos nomes pra mesma coisa: aquilo te faz levantar da cama pela manhã e te faz pensar à noite, perto do sono... o Novo. Aparece num horizonte distante, desponta naquelas cores e sons sempre curiosos, aproxima-se e aí deixo-me abduzir. É qualidade, é despressurizar, explorar, levar-se antes de se deixar. É como ocupar seu lugar; sair dele; e algo sempre ficar. É a extinção do nada. É a totalidade.

Pode mandar embrulhar que
Eu quero te levar pra viagem
volta pra nave mãe pra despressurizar ♪

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Deve ser um fim de tarde

Aqui de dentro, onde dá pra ver o céu ganhar listras laranjas e o vento acalmar o calor do dia, é tudo nostalgia. A música é nostalgia. A conversa é nostalgia. O copo não, esse não. As palavras visitaram um velho pé de araçá, velhas histórias que não são contadas em livro algum, em bonecos, choros, traves, escada rolante, pés de coqueiro, poodles, balas de maçã, missões... Uma pontada de ódio pelo tempo não correr em direção contrária. O gosto do antes, de que tudo foi aproveitado ao máximo - mas a fisgada de que poderiamos aproveitar mais que o possivel. Mania de gigante que agora nos bate no reflexo de um espelho, de banho tomado e barba cortada. Mas no fundo do copo sabemos que a grandeza é de menino. Nas moedas catadase trocadas em doces. Na parede da memória essa lembrança é o quadro que doi mais. Ainda somos completos, felizes, cantantes e imortais.

"Deve ser o fim de tarde
Um ar de domingo no meu coração
Também pode ser a velocidade pela contramão
Entre o cão e o lobo
Perguntas turbinadas vão me ultrapassando
Que diabos faço eu no mundo?"

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Sol da tarde

Areias completas em dourado ouro. Maré cheia lembra a lua idem da noite anterior. E fincados ali, feito pegadas, os desejos, as realizações, diversões. Dentre os dedos, os segredos. Dentre o olhar pra calçada, a espera. O sol dos olhares, brindes, passados e beijos.

Essa pilantragem que
Eu quero com você
Eu tô com vontade de
Fazer pra te prender
{...}
Que delícia de merengue
Eu quero tocar
Eu quero provar
Me lambuzar
♪♫'
O filtro solar
Pra não queimar

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Estampado

Palavras esquecidas. Texto em rascunho de vinte e seis de novembro e dois mil e oito. Perdido, imcompleto, impossibilitado. Hoje sim, aberto. Lido. Realizado. Palavras aprisionadas há tanto tempo e agora jogadas ao vento forte que por aqui sopra.
Com os pés mais firmes do que nunca, as mãos que coçam na ansia de escrever no chão sagrado - em preto e sangue - 'fé na tabua'. O coração se perdeu e os pulmões, começam a tomar folêgo. É assim que descrevo a presente situação. Extinta as trilhas sonoras. E a tudo mais, fica o dito pelo não-dito. E tudo que há em mim escrito, em brasa e carne viva, realizado. O fardo findado, finalizado. ( . . . )
Os textos precisam ser terminados - ainda que às cegas. #tededico, almodovar!