quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Números


Na contagem do mundo novo, nas regras, calendários. Numa espera coletiva de datas melhores. Participo do embalo, de pés descalços, de tinhas em punho e listas. Deveres e quereres em tópicos. Promessas à entidade própria. Desvaneios ao contar estrelas, à contabilizar tudo que é meu. Aos meus direitos de dias cansativos, dias belos, dias de sol e tardes cizentas. Pisar no que me é chamado de futuro, com pilulas engasgadas ainda na garganta. Em espectros que me carregam no embalo caleidoscópio por essas areias. Registrando em mente, desde já, o filtro solar, o toque do despertador, a trilha que vai chegar, a que vou percorrer - meio sem lar. É blues que vai embalar. A cama feita, a mesa posta. Em postas meus sonhos. Numa energia mutua, ciclica, repetitiva e esperançosa. Tudo que é cuspido falado pra dentro, para depois por pra fora. Em contagem da vida em números. Em nada que de verdade nos valha. Em tudo de que ilusório nos agarramos. Em tudo que pode tornar-se real. Bem  melhor agora, mundo novo.

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