terça-feira, 28 de abril de 2009

Tarde cinzenta


O mundo parece sucumbir lá fora. Aqui dentro - quente e úmido - penso que essas quatro paredes são de aço. A chuva parece não lavar o desespero do ego das pessoas do outro lado. As vezes acho que elas deveriam boiar nesse mar que caí e, ir pra sei lá onde. Parece que só aqui me deixam viver. Que só no espelho ao meu lado posso ser eu mesmo; que, só enrolado aqui embaixo posso sentir a música que pus pra tocar. É o meu mundo, cada vez menor. E aquela lenda do menino que mora numa estrela deve estar dizendo que estou ficando como eles. E daqui eu mais nada posso dizer. Odeio pensar que mais cedo ou mais tarde vou ter que abrir aquela porta. Posso também adormecer aqui, ir lá em sonho. Ou só adormecer.