segunda-feira, 28 de abril de 2008

Contra-indicações


E o grito de 'socorro' sufocado/escondido por de trás do
sorriso-cotidiano mais sincero-forçado faz o estrondo
da rosa de Hiroxima. calado. devastador. aquele que
consome. o grito saí da alma, passa pela saudade,
pela solidão, pela preocupação e estaciona no desespero.
No som do meu estribilho.E risos. E era só porque eu não
sabia que amor e distância não se deve misturar no mesmo
copo.

- duas pedras de gelo, por favor!

sábado, 26 de abril de 2008

Dos 45 segundos


Após abrir a janela ( porque só agora?) a luz invade
as quatro paredes, reflete nos moveis envernizados,
causa segundos de dor nos olhos. Mas a brisa também
toma seu lugar ali, e compensa o incomodo.
Então ele força a saída de todo ar dos seus pulmões e
depois inspira com calma e concentração pra ver se
sexo tem mesmo cheiro próprio.
Depois volta a se deitar e pensa, "se temos paladar, audi-
ção, olfato, visão e tato...como a luz pode fazer doer nos-
sos olhos!?"
A torneira, ao longe, se fecha e ele interrompe seu pensa-
mento.
Aonde foram parar os sentidos não-nomeados?


quarta-feira, 23 de abril de 2008

Dos personagens

Sem horas e Sem Dores, de repente a música pára!
O cantor usa seu talento por trás de uma máscara
de tinta pra, num curto espaço de tempo, se tornar
o melhor conselheiro de um pequena-grande quanti-
dade de pessoas...digo: raros. Num show, digo: numa
desculpa pra um bando de gente Rara se encontrar.
[como diria o próprio]

- O mágico começa da porta de saída pra fora, onde lá fora
o mundo vai cobrar de nós um personagem um tanto quanto maior
a cada dia. E é com nosso gesto a gente vai provar o quanto amadureceu.
Não é com palavras, palavras, palavras não (...)

Então ele nos fala de como levar uma máscara
- alegre como aquela -, um personagem, pro
seu cotidiano. não por fingir. não por [só] querer.
mas por nos ser exigidos.
Agora me vejo como um pobre mortal; na tentativa
de lembrar parte da sábias palavras do moço pintado,
da alegria da moça que dançava na fita a metros de altura,
do cara do trapézio ... de cada um.
Sem horas e Sem dores...não dá.


Viva a tua maneira
Não perca a estribeira
Saiba do teu valor

E amanheça brilhando mais forte ♪'




O Teatro Mágico. Salvador, 20 de maio de 2008

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Da Honra e do Ódio

Um samurai era encarregado da segurança pessoal do soberano. Um dia alguém foi mais esperto que ele, e o soberano foi assassinado.
Durante muito tempo o samurai perseguiu o assassino. Depois de oito anos, viu-se frente a frente com ele. No momento em que ia matá-lo, o assassino – desesperado – cuspiu em seu rosto.
O samurai colocou a espada na bainha, deu meia-volta e voltou para sua terra.
“A perseguição e o combate faziam parte do meu código de honra”, disse o samurai, quando lhe perguntaram o motivo de seu gesto. “Quando aquele homem cuspiu no meu rosto, passei a odiá-lo. Então, se o matasse, seria por causa do meu ódio, e não pela honra de meu soberano. Um guerreiro jamais é escravo do seu ódio”.

Créditos: Paulo Coelho

domingo, 13 de abril de 2008

Capitulo V

Ora, havia sementes terríveis no planeta do principezinho: as sementes de baobá ...
O solo do planeta estava infestado. E um baobá, se a gente custa a descobri-lo, nunca
mais se livra dele. Atravanca todo o planeta. Perfura-o com suas raízes.
E se o planeta é pequeno e os baobás numerosos, o planeta acaba rachando.

"É uma questão de disciplina, me disse mais tarde o principezinho. Quando a gente
acaba a toalete da manhã, começa a fazer com cuidado a toalete do planeta. É preciso que
a gente se conforme em arrancar regularmente os baobás logo que se distinguam das
roseiras, com as quais muito se parecem quando pequenos. É um trabalho sem graça, mas
de fácil execução."

Ela não era uma raposa, era um baobá. E se há candidatos a outras raízes como esta, saibam que essa semana começo o trabalho no jardim.

Trechos de falas de Monique Velame:

'...e eu o vi num ônibus, aí que eu fui ver que era um lixo. me deu nojo. um l i x o' [resolvi pular a parte do mesmo sangue que o meu]
Outro trecho digo, grito no meio da rua(mas desta vez os personagens da história são outros):
' você brinca, mas é sério. você tem inveja dele. porque ele é mais gostoso que você, mais inteligente que você, tem mais amigos que você (...) as pessoas gostam mais dele que de você'
O outro não deu pra colocar aqui, porque simplesmente não houve texto. silêncio.
' não falei com você porque você tinha descido do carro de ****'

Não, não. Esse post não foi pra ela - já que ela não faz mais parte dessa história. São para as outras pessoas, que vou encontrar ao longo da semana.

Minha fé em pó solúvel

Eis o que Anitelli me ensinou. Aprendi que tem que se jogar de cara na vida. Quanto mais atordoante o sacrifício, maior as recompensas. Nada de pena. Me atiro do alto e que me atirem no peito. As coisas parecem diferentes olhadas de diferentes pontos de vista; mas na verdade nada muda. Um relógio pula de uma mão pra outra no espelho - mas nada muda. Aprendi a não contar os dias, assim sobra tempo pra contar pelas minhas vitórias. O medo fica maior de cima da pedra mais alta. Sou tão pequenininho de cima da pedra mais alta. Eis que se perco a fé, a pedra, vejo que a fé deposito em mim mesmo e só. E só - repeti pra da mais ênfase. Hoje me atiro, não me contento. E se antes, bem antes, um pedaço de maçã; hoje quero a fruta inteira. De ontem em diante será assim. Acima de tudo vi que é isso que as vezes precisamos ouvir. E de tudo que eu ia escrever, já não sei mais.
É... meu computador
Apagou minha memória

Meus textos da madrugada

Tudo o que eu já salvei

E o tanto que eu - ainda - vou salvar



É não dá pra transcrever o que Anitelli disse. Teria que falar mais do que, eu mesmo, posso ouvir. Tem detalhes que não contamos nem pra nós mesmos. Deixa estar. Todo dia de manhã é nostalgia das besteiras que fizemos ontem. Bem sem sentido, escrevi apenas o que preciso lembrar. Segredo.


Créditos: Fernando Anitelli - O Teatro Mágico

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Dos interesses

Uma vez ouvi numa serie de tv americana:
"(...)Porque mesmo o menor de todos os favores;
vem com um preço a se pagar. Sim, todos têm
intenções(...)"

Aprendi que todos tem segundas intenções.
Os amigos, os inimigos, os pais, os voluntários.
Não há quem faça um favor sem esperar um
'obrigado'. Não há quem atravesse uma velhinha
na rua e não espere ser elogiado pelas pessoas
dentro do carro. É como doar pão e esperar que
"Deus" anote isso no 'livro do juízo final'.
Nem que a pessoa a qual você espera um jus, seja,
você mesmo. É como amizade. Eu entrego meu
afeto; mas espero de volta.

"E naqueles raros momentos que não há nenhuma
motivação oculta... nós ficamos tão estupefatos que
podemos não conseguir reconhecer a verdade."
(Desperate Housewives)

domingo, 6 de abril de 2008

Se é que vocês me entendem

Longe de mim querer me arriscar no campo das metáforas.
Eu tentei 'Saint-Exuperar' as coisas pra melhor [mentira!] entendimento.
Mas as vezes a minha mente narra os fatos ao vivo e vistos de ângulos
diferentes, isso deveria facilitar a visão das coisas, mas não...fica mais
difícil escrever. Pronto. Vou transformar isso numa espécie de 'bruxa de
Portobello', e descrever os mesmos fatos em diferentes pontos de vista.

O primeiro, foi meu lado romântico-sem-jeito.
O moleque tomou um bom banho desde a ultima vez que caiu no na poça de lama. Prometeu nunca mais se melar. Não guardou rancor da chuva, da terra...nem da poça. Mas prometeu. Depois de tirar todos vestígios, toda a sujeira; resolveu novamente sair à rua. Ah, a rua. Algum tempo depois começa a chover. Entre ficar em casa, limpo, e ir pra rua e se sujar - escolhe sair. Sabe que tudo aquilo não lhe faz bem, mas ao mesmo tempo gosta da sensação de ter seus pés se afundando na lama clara, simpática, esculpida e proibida.


Agora, o segundo, meu lado intolerante-bossal.
Bom, o garoto não aprendeu quando se sujou de lama. Pra limpar teve que fazer aquilo sozinho. Não podia contar com ninguém pra ajuda-lo. Todos seriam contra a lama. Mas, como um menino que quanto mais ouvi "não" - nem que seja de si mesmo - mais quer fazer, ele se arriscou a sair na chuva novamente. A lama, mais uma vez, toma conta de seus pés. Mas na sua terra agora é verão. Demora dias pra cair uma chuva dessas. Conta com o "acaso" [lê-se: destino].E ele quer se arriscar. Lama seca dói, menino.

Pra terminar o Tolerante-sábio (!?)
A vida sempre se mostra paciente. Alguns podem chamar isso de cinismo ou intolerância, mas ela só que passar a lição. Não importa quantas questões sejam necessárias para aprender o assunto. Pro primeiro erro não ligamos a mínima. O segundo, já estamos mais velhos, e nos culpamos de fazer isso. Se persistimos, a vida continua a repetir as lições. Ela não se cansa. Então a entendemos e resolvemos fazer promessas e criar frases que chamamos de "parte do que aprendi". Mas juramentos não são suficientes. A vida quer ações, fatos. Enquanto não agir em relação ao que pensa/sente ela não vai descansar!

Três narrativas de um mesmo fato. Três pessoas de uma única alma.
E a conclusão, cada um que tire.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Vida



“A vida é uma simples letra de alfabeto;
não tem nenhum sentido sozinha.
Precisa fazer parte de frases”
(Jewish Theological Seminary)


quarta-feira, 2 de abril de 2008

Da amizade


Okay, okay. Mesmo sem comentários no últimos post, eu vou postar.
Além de dedicar os, pelo menos, dois últimos textos à amizade; o tema
foi discussão por pelo menos mais duas - o número está me perseguindo -
e em uma delas a professora me pediu pra definir amizade em duas [ mais
uma vez esse número] palavras. Lealdade e infinito - respondi. Primeiro,
pensei no ultimo texto e a palavra chave dele. Le-al-da-de. Segundo, amizade
se define? Não. Não mesmo. Lembrei de Rai. De várias pessoas. O que Rai diria
uma hora dessas!? - Infinito. Pronto, respondi. Logo questionaram, "infinito?".
Logo afirmei, se não entendem, não sabem o que é uma amizade.
Postei, eu mesmo, o video de "Queridos Amigos" no YouTube. Algo me
chamou atenção nos comentários. "saudade de um tempo que não voltará
nunca mais: o tempo que as pessoas eram mais amigas, menos egoístas,
e mais felizes!". Será que a época, o tempo mais rápido e coisas-do-tipo afetaram
os relacionamentos humanos nos últimos anos? "Espero que esta cena desperte
ou seja resgate a amizade em muita gente,sem inveja,falsidade,egoísmo e etc".
Eu acho que a geração "século XXI" deixa as coisas - sim - mais superficiais e
repleta de interesses. Vou buscar nos outros o que gostaria pra mim. Isso é
a "razão" da amizade. Mas o tempo é outro, as pessoas querem novas coisas
a todo tempo. Conseqüentemente, novos amigos. Aí volto pro texto do post passado.
Não, desisto. Não volto. Não o esqueci ainda.
Eu termino de escrever sobre "amizade" sem defini-la ao certo. Mas sei, ao menos,
porque escrevo. Escrevo porque o tema me perseguiu. Porque acho que era pra
refletir sobre ele. Escrevo, logo reflito. "Lealdade" já basta, infinito é conseqüência.



Retificando - Obrigado Amanda pelo comentário.