domingo, 12 de setembro de 2010

Bocejo


O desejo é só de permanecer. Assim, ó. Os braços um pouco mais pra cá. Agora deixe-me cobrir os pés. Pronto. Inerte, vegetativo. Assim pelo resto do ano. Se não der, só esse mês. Me contento. Tá, eu tenho um pouco de fome, mas não tem outra coisa que queira saborear. Será que a sede tá vindo? Já vi que vou ter que levantar. Não existem mesmo esses feitiços de conto, né!? Espera, existem sim. Começam na vertical. Eu tenho oxigênio e lençol – pra que o corpo quer alimento? Eu tenho preguiça. Eu não tenho chão. Eu sou repleto de vontades. Agora eu quero nada. Quero um 'pause'. Um sono, um sonho. Desbravando a textura da pele, friccionando com o colchão. Inebriado. Pesado para o mundo tal como as pálpebras para os olhos. Exausto do descanso. Até o próximo primeiro segundo. Quem é que está ligando agora?  

Um comentário:

Rafa disse...

'sua calma anda bagunçando meu sistema que deveria ser nervoso e anda muuuuito calmo'

bjuuuuu