sexta-feira, 19 de novembro de 2010

04:00 AM


Mal imaginam o esforço para suspender as pálpebras mantendo-as, pelo máximo de tempo possível, abertas. É como se corresse milhas de um perigo. Uma forma peculiar de não deixar-se absorver pelo inconsciente dos sonhos. Principalmente daquele último sonho. Um exorcismo diário, um antidoto forçado, um esforço que é não em vão. A garganta mais rígida que o comum, talvez, por manter-se inutilizada quando as palavras – agora engolidas – ali agonizavam por causar efeitos. A mente é um infinito estranho; dialoga consigo mesma e, o tempo inteiro, se contradiz. Algumas questões começam a ninar-me novamente. Quando desperto, adentro num cotidiano que de forma alguma me deixa livre de perceber as lacunas. Eu não sei porque fui obrigado a percorrer o pior caminho para alcançar essa linha de chegada. Há sempre maneiras menos drásticas, ou até, educadas. Mas, da próxima vez que tiver que manter as pálpebras abertas, seguirei a lógica imposta:

solto o ódio mato o amor ♪'

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