sábado, 3 de abril de 2010

Gota de chuva, nota dó


Não há divindade, ou santidade, nos pingos de chuva que escapam pela ótica de minha janela. E tão certo como dois e dois são cinco, eu prefiro assim. Há uma brisa fria, que não é suficiente para que caiam gotas de suor ao passo que caem de agua lá fora. Ao meu lado, há as minhas recentes anotação repletas de prazo de validade e tento absorve-las em mente. E dentro em mim, há labirintos que a mente se ocupa vagando. Engraçado, chove lá também - e faz o mesmo calor! De fora, ando enrolado em lençois de lã pura e azul. Dentro ando me enrolando em emaranhados de tons, nada puros. No espelho, vejo-me deslocando feito pinturas de faces misteriosas. Acabo por rir disso. Eu já não sei o que reflito. Mas nos meus labirintos, sei por onde piso. Gosto do que me perco e sei que já deve ser difícil qualquer caminho de volta. Há brisa do lado de dentro também. Já disse isso!? Gosto de me apegar a ela, andar longe de paredes pra ver se posso aproveita-las mais. Já me perco nesses eus. Fui abduzido de fora pra dentro. E agora já não sei se ainda chove pra lá da janela.

{...}sinto o tempo descontente ao redor'

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