sábado, 27 de março de 2010

Travessia - Parte 3 de 3

Aprender a andar, talvez aquele primeiro passo, gravado apenas em cabeça de pai e mãe, não signifique o que até pouco tempo atrás eu tinha na cabeça. Levantei e me preocupei em Beethoven de trilha das minhas contas de primeiros passos. Estes gravados apenas em minha cabeça e nas marcas cravadas em chãos. No caminho que percorri na trilha de um pensamento, perdi-me. Encontrei-me, não sei se descrevo bem, com uma placa com dizeres “(ainda uma grande) linha de partida”.
Quando me vi em uma das trilhas, observei-me, e pulsei ondas eletroencefalográficas em ritmo de IV sinfonia. Vi meus pés, ainda molhados, de tempestade previa qualquer, na direção de algo em cores distintas. Um caminho inédito e que de longe engana, de perto surpreende e de dentro emociona. Risos estampados, lágrimas brancas feito pérolas. Há mãos em minha mão. Há marcas juntando-se as marcas de meus pés. Há em tudo um gosto de nada que se possa limitar em poucas palavras. E, no fim, é tudo sobre andar sem cores em tempo perfeito; ou rir do raio que caí ali, logo ao lado, e de pés na lama. E quem se importa?

Nenhum comentário: