quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Pra saber de mim


Ando de frente. Percorrendo corredores, voltando a tomar noção de tempo. Ganhando espaços e, quiçá lares. Corro em mar, nado em asfalto e não falo de amor. Arrepio a nuca, dão-me face de pôr-do-sol, voz arrastada,  caricias plenas e, sujo. Escrevo minha marca de suor em banheiros de bar, de lágrimas em corações descompassados, sorrisos de canto de boca em beijos de despedida, de - fim das contas - noite vazia à espera do sono. Finado rancores, fundadas penas - plenas! Pra saber de mim tem que me ver por aí, em rotina, ócio, bocas, espera, alcances. Eu hoje me leio, me vejo, encontro e, sendo assim, menos entendo. É tomando forma, pegando gosto, deixando lugares vazios; espreita. É só pra dar satisfação.

Um comentário:

Tiago Fagner disse...

Nós também somos feitos de lugares.