domingo, 15 de novembro de 2009

Resta um

Hoje não há impulsos nervosos que levem minha matéria a encarar-se num espelho. Sei de tudo que está mim, absolutamente consciente, mas, não vejo o porque da auto-flagelação. As manchas que vejo em pálpebras fechadas formam um passado que por todo se envergonharia do agora. Mais um lamento. Não há ombros, vergonha ou coragem. Repleto vazio na palma da mão que teve que ser aberta pra que escorresse as mais belas cores que povoavam sonhos da época de menino. Enxerguei valor e não gerânios. Caí no sacrifício desnecessário. E esses olhos, que por um tempo desviarão de seus reflexo em superfície qualquer, fecham-se molhados. Resta agora o belo em dourado quando estes se abrirem amanhã. Mas de quê me serve?