terça-feira, 24 de novembro de 2009

Entre o chão e os ares II

Começo a me despir do barro, do sangue. Escorro feito suor em partida de strip-poker. Desprendo-me da matéria. Vago pelo fim de tarde deixando que o vento me leve, sinto-me como uma pesada fumaça arrastada em formas abstratas e lutando para que não me transpareça. Sem olhos ainda posso enxergar um vai e vem de ondas. Desprendido posso ser o que quiser. Posso ser mar. Porque não sou ancora, não sou raiz. Flutuo navegando. O vento, recém abandonado, vem me transformar em onda. Me levanta, joga, roda. Desfaço-me em areia fofa. Do tipo que rala, que brilha dourada iluminada por Rá. Posso ser toda as pegadas desse chão. Posso evaporar. Posso voltar ao mar, embarcar. Esperar o vento me soprar. Não há em mim o vinculo dos comuns. Não há ninguém o direito qualquer de mim. Posso escolher entre todas as opções, mas não sou o tipo que espera na areia dourada o raso me afundar.

...na bubuia eu vou ♪'

Um comentário:

Tiago Fagner disse...

Você pode ser o que quiser... Mas não pode ser tudo ao mesmo tempo.
Ah, mudando o foco fala mais de STRIP-POKER, se for o que eu tô imaginando é um esporte supeeeeeer interessante! ^^